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Dom Danival Milagres Coelho é o mais novo bispo brasileiro

08 de abril de 2024 Arquidiocese

O clima festivo tomou conta da Basílica São José Operário, em Barbacena (MG), na manhã do último sábado, 6 de abril, para a ordenação episcopal do então Monsenhor Danival Milagres Coelho. Sétimo bispo filho de Mariana ordenado desde 2012, Dom Danival é o prelado mais jovem do episcopado brasileiro e exercerá seu ministério como Bispo Auxiliar de Goiânia (GO).

Com a presença de várias caravanas e carros vindos das diversas regiões da Arquidiocese de Mariana, bem como de outras (Arqui)dioceses brasileiras, incluindo aproximadamente 120 pessoas da Igreja Particular de Goiânia, a celebração contou ainda com a participação de religiosos e religiosas, diáconos, seminaristas, padres e cerca de 20 bispos. Dentre eles, presença marcante de todos os bispos filhos do clero marianense ordenados desde o Bispo Emérito de Oliveira (MG), Dom Francisco Barroso Filho.

Presidido pelo Arcebispo Metropolitano de Goiânia (GO), Dom João Justino de Medeiros Silva, o rito de ordenação foi iniciado após a proclamação do Evangelho, quando Monsenhor Danival foi conduzido à presença do bispo ordenante pelos presbíteros assistentes, os Monsenhores Celso Murilo Sousa Reis (Arquidiocese de Mariana) e José Maria Pereira (Diocese de Petrópolis-RJ). Já os prelados consagrantes foram o Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, e o Bispo Diocesano de União da Vitória (PR), Dom Walter Jorge Pinto.

“Permanecei no meu amor”

Encerrado o momento, Dom Justino proferiu a homilia, na qual meditou a partir do lema episcopal escolhido pelo novo bispo brasileiro: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9). De acordo com ele, essas poucas palavras ditas por Nosso Senhor apontam como meta de vida para o discípulo. “Nenhum de nós pode almejar servir o Senhor sem o empenho de permanecer no seu amor”, disse.

Enfocando que esse ensinamento deve ser assimilado pelos discípulos, Dom Justino pontuou que a relação filial de Jesus com o Pai está no amor e para permanecer nele é preciso guardar os mandamentos e experimentar a alegria genuína do Evangelho.

Durante a meditação, o Arcebispo Metropolitano de Goiânia ponderou que a Eucaristia é o sacramento do amor por excelência. Dessa forma, quem quiser permanecer no amor de Jesus não pode se afastar da Eucaristia e deve perdoar, tal como Jesus ensinou.

Adiantando sobre o rito de ordenação, quando Monsenhor Danival foi questionado sobre os seus propósitos, ainda na reflexão do Evangelho, Dom Justino pontuou sobre duas questões que estão em sintonia com o apelo de permanecer no amor: “queres cuidar do Povo de Deus com amor de Pai e dirigi-lo no caminho da salvação?” e “queres, por amor a Deus, mostrar-te afável e misericordioso para com os pobres, peregrinos e todos os necessitados?”.

Dom Danival prostrado no chão durante a Ladainha de Todos os Santos.

Para ele, essas perguntas apontam que os bispos devem se comportar, entre a porção do Povo de Deus que lhe foi confiada, como quem veio para servir e não para ser servido, a exemplo do Cristo Bom Pastor, de modo a exercer uma paternidade amorosa. Esse aspecto é também apontado na bula de nomeação papal de Dom Danival que, entre outras coisas, diz: “depois de servir, você se senta à mesa”.

Por fim, Dom Justino concluiu sua meditação fazendo memória ao Servo de Deus Dom Luciano e à Beata Isabel Cristina, e manifestando seus votos ao mais novo prelado brasileiro.

“Monsenhor Danival, venha para o ministério episcopal com estas referências: a primeira delas, de Jesus, que lhe diz e diz a cada um de nós ‘permanecei no meu amor’. Você, que pôde desfrutar de um tempo de sua vida com o Servo de Deus Dom Luciano Mendes de Almeida, ajude-nos a sermos bispos com traços daquele homem bom que morreu sussurrando uma profissão de fé: ‘Deus é bom’. Traga a sua juventude amadurecida, você se torna hoje o bispo mais jovem do Brasil […]. Traga, portanto, com sua juventude vigor profético e ousadia apostólica para a nossa Igreja de Goiânia. Com inspiração da Beata Isabel Cristina, ajude-nos a cultivar a pureza da fé e testemunho”, sublinhou o Arcebispo Metropolitano de Goiânia e primeiro vice-presidente da CNBB.

Finalizada a homilia, procedeu-se os demais ritos: o propósito do eleito, a prece litânica, imposição das mãos e prece de ordenação, a unção da cabeça com o Óleo do Crisma e a entrega do livro dos Evangelhos e das insígnias episcopais: anel, mitra e báculo. Ao final, Dom Danival foi saudado pelos presentes, sendo aclamado bispo. A celebração seguiu conforme a liturgia e, após a oração depois da comunhão, foi entoado o Te Deum, quando o novo prelado concedeu a sua primeira bênção aos fiéis.

Dom Justino impõe as mãos sobre a cabeça de Dom Danival.

Ao final da celebração, Dom Airton usou a palavra para agradecer a Deus e à Arquidiocese de Mariana pelas vocações e a capacidade de dizer sim aos chamados de Deus e da Igreja. “O bispo, Dom Danival, deve ter solicitude por todas as Igrejas, não somente pela sua própria. Por isso, um coração aberto, um coração generoso, é um coração que vai fazer bem para toda Igreja”, frisou.

À ocasião, ele também chamou ao presbitério o Bispo Auxiliar Eleito de Belo Horizonte (MG), Monsenhor Edmar José da Silva, apresentando-o aos presentes e convidando-os para a sua ordenação episcopal em 11 de maio, às 10h, em Alto Rio Doce (MG)

Dom Airton apresenta Monsenhor Edmar aos presentes.

Três bispos em seis meses

Ordenado em 27 de janeiro, o Bispo Diocesano de Januária (MG), Dom Geraldo de Souza Rodrigues, também esteve presente na celebração e descreveu o momento com uma das muitas graças reservadas por Deus. “Hoje retorno a esta diocese para celebrar com grande alegria a ordenação deste nosso irmão e, daqui a pouco, nós teremos o Monsenhor Edmar. São graças e bênçãos reservadas por Deus para todos nós. Isso só aumenta não só a nossa alegria, mas a nossa responsabilidade e o nosso desejo de servir mais e melhor”, declarou.

À frente da Igreja Particular do Norte de Minas há dois meses, ele também comentou sobre esse período: “tenho me sentido em casa”, afirmou. “Aproveito a oportunidade para agradecer a essa diocese de origem por tanto tempo aqui passado. Deus abençoe Dom Danival, abençoe Monsenhor Edmar e que tantas alegrias nós possamos ter pelos trabalhos desses nossos irmãos realizados em favor da Igreja, em favor do Reino de Deus”, finalizou.

Destacando sua amizade de longa data com o novo bispo brasileiro, que teve início quando ainda eram seminaristas, Monsenhor Edmar partilhou que participar da celebração foi um misto de alegria e expectativa por saber que, em breve, será sua vez de viver esse momento.

“Eu penso que o ministério episcopal é um convite de Deus que amplia o nosso serviço eclesial. Então, a minha palavra a Dom Danival é um pouco aquilo que eu dirijo a mim também: que nós possamos, ele e eu, dispor os nossos corações para podermos servir a Deus e à Igreja nessa função, agora nova, e nesse ministério novo, que é o ministério episcopal”, sublinhou Monsenhor Edmar.

Para Dom Airton, faz parte da história da Arquidiocese de Mariana oferecer seus filhos para o episcopado. “Mariana, em sua história e na do Seminário, que são 270 anos de existência, deu para a Igreja no mundo, e no Brasil de modo especial, muitos padres e vários bispos. E, agora, continua com esse seu jeito próprio de ser, de preparar pastores para o povo de Deus, para a Igreja presente aqui no Brasil. Então, é uma alegria, para gente, poder contribuir com o ministério apostólico”, comentou em entrevista.

Aos seminaristas, o Arcebispo Metropolitano de Mariana deixou uma mensagem especial: “mantenham a perseverança assim como estes homens, hoje padres e bispos, mantiveram sua perseverança e sua fidelidade à Igreja e ao Santo Padre”.

Experiência indescritível

“Há certas experiências que a gente não consegue descrever, apenas externar o que a gente sente”, afirmou o mais novo bispo brasileiro em conversa com o Departamento Arquidiocesano de Comunicação (Dacom). Segundo Dom Danival, os sentimentos que por ocasião de sua ordenação episcopal foram de alegria, gratidão e consolação espiritual.

“A gente viveu um momento de muita graça, uma ordenação episcopal é um momento de muitas bênçãos, não só para o candidato que está sendo ordenado, mas para a Igreja toda. Eu vivi aquele momento da ordenação como um grande momento de consolação espiritual da parte de Deus em meu favor. Os sentimentos que ficam são de paz, por ter tido a coragem de ter dito sim, e a alegria de poder, agora, servir a Deus como sucessor dos apóstolos”, ressaltou.

Comentando sobre as palavras de Dom Justino durante a celebração, ele também manifestou seu desejo de seguir os ensinamentos deixados pelo quarto Arcebispo Metropolitano de Mariana. “Dom Luciano sempre será, para nós de Mariana, um referencial de Pastor. Conto com a intercessão dele para que eu possa viver um pouquinho daquilo que ele deu como exemplo para nós de serviço à Igreja e de amor, sobretudo, aos pobres”, expressou.

Dom Danival com seus pais ao final de sua Ordenação Episcopal.

Por fim, Dom Danival agradeceu a todos que se envolveram nos preparativos de sua ordenação e disse que espera que a sua ordenação possa suscitar novas vocações para a nossa Igreja Particular de Mariana e para a Igreja Particular de Goiânia.

Acolhida em Goiânia

Após a ordenação, Dom Danival presidiu as primeiras missas como bispo neste  domingo, dia 7, sendo pela manhã em sua cidade natal, Senhora dos Remédios (MG), e à noite no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena (MG).

Já a sua acolhida e apresentação na Arquidiocese de Goiânia será no dia 24 de maio, festa da padroeira, Nossa Senhora Auxiliadora. “Nós estamos preparados para acolhê-lo de braços abertos. Estamos muito felizes com a chegada dele”, comentou Dom Justino. No dia seguinte, Dom Danival presidirá a ordenação diaconal de quatro jovens da Congregação do Santíssimo Redentor, mais conhecidos como redentoristas.

Ainda nesta semana, ele participa pela primeira vez, juntamente com os outros dois irmãos do clero marianense, da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

Texto: Thalia Gonçalves/Arquidiocese de Mariana

Fotos: Thalia Gonçalves e Luiz Felipe

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