Nessa Terça-Feira Santa (27), duas missas foram celebradas simultâneamente em Mariana, uma na igreja de Nossa Senhora do Rosário e outra na igreja de Nossa Senhora de Nazaré, no bairro São José, às 19h. Após a missa presidida pelo arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, na igreja do Rosário, a imagem do Senhor dos Passos e o Santo Lenho da Cruz foram levados na procissão, que teve três paradas para a contemplação do Santo Lenho e dos Passos de Jesus no Calvário.
Enquanto o Senhor dos Passos saía do Rosário, a imagem de Nossa Senhora das Dores percorria as ruas do bairro São José em direção a Praça Minas Gerais, onde o bispo auxiliar de Belo Horizonte, Dom Geovane Luís da Silva, realizaria o Sermão do Encontro, evidenciando a necessidade da reconciliação. “Essa terça-feira da Semana Santa se apresenta a nós como aquele tempo favorável da graça do Senhor para fazermos uma experiência libertadora de reconciliação com nós mesmos, com o próximo e com Deus”, destacou Dom Geovane no início do sermão.
Em sua fala, o bispo condicionou a reconciliação consigo mesmo como chave para a descoberta da própria identidade, que é ser filho de Deus. “Este é o maior tesouro que possuímos: a nossa condição de filhos e filhas de Deus. Quando esquecemos a graça da filiação, nos distanciamos do amor do Pai e nos relacionamos com Ele como se Ele fosse um patrão cruel e intransigente, tornamo-nos escravos de nós mesmos, violentos no relacionamento com o próximo e, assim, assumimos a rebeldia do filho pródigo que renega a sua condição filial”, explicou.
Antes de pedir o encontro das imagens, Dom Geovane narrou o reencontro de Nossa Senhora e Jesus, ressaltando que nunca estiveram separados porque Maria nunca abandonou seu Filho. “Pelas ruas de Jerusalém, dá-se o reencontro de duas pessoas: Mãe e Filho, que agora se reencontram numa situação tremenda de dor. Um reencontro que Deus reservara para seu filho, um reencontro que serviria de alento e esperança para Jesus naquela hora que Ele mesmo chamou de ‘a hora do poder das trevas’”, disse.
Quando as imagens começaram a se aproximar, Dom Geovane pediu para que os presentes olhassem o reencontro da Mãe com seu Filho. “Aproximai-vos, ó Senhora, contemplai o rosto do vosso Filho. Ensinai-nos hoje a contemplar o mundo e as pessoas com o olhar sapiente. Levai-nos ao encontro do Vosso Filho e fazei-nos tocar suas chagas gloriosas. Ajudai-nos a superar a tentação de sermos cristãos mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Jesus, Filho de Davi, aproximai-vos. Deixai-vos tocar pelas mãos que vos embalaram na gruta fria de Belém, quando foste reclinado na manjedoura e envolvido em faixas”, pediu.