De 31 de janeiro a 5 de fevereiro em sua 40ª viagem apostólica, o Papa Francisco visitará dois países, RDCongo e Sudão do Sul, na África. O Pontífice será acompanhado pelo primaz anglicano Welby e pelo moderador da Igreja da Escócia, Greenshields. Espera-se um milhão e meio de pessoas na missa em Kinshasa. Na agenda, encontros com vítimas de violência e deslocados internos. Sobre a segurança: “Nenhuma ameaça específica”.
É a 40ª viagem do pontificado, deveria ter sido a 37ª porque estava programada para julho de 2022. Mas problemas de saúde relacionados com seu joelho e terapia durante os meses anteriores forçaram o Papa a adiar a visita. Para não perder sua proximidade com os dois povos, porém, Francisco enviou na época o cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, a esses lugares, que em cada encontro público sempre reiterava que ele não veio “como substituto, mas para abrir o caminho para o Santo Padre”. E mesmo as pessoas, desde bispos até políticos e fiéis, nunca disseram “se o Papa vier…”, mas “quando o Papa vier…” com a certeza de que a promessa seria cumprida.
Assim será de 31 de janeiro a 5 de fevereiro, com a primeira viagem internacional de Francisco desde 2023, o primeiro Papa em 37 anos a retornar à República Democrática do Congo, o primeiro a tocar o solo do Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo desde a declaração de independência em 2011. “Uma bela viagem” para levar “uma palavra de paz”, disse o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, na coletiva de apresentação da viagem, durante a qual, em resposta às perguntas dos repórteres sobre segurança, ele esclareceu que “não há nenhuma ameaça específica”. “Estão sendo feitos grandes esforços pelas autoridades locais para garantir a segurança”.
Francisco se deslocará em carro aberto durante os vários compromissos e se encontrará com representantes de instituições, igrejas e sociedades locais. Estas incluem vítimas da parte oriental da República Democrática do Congo e pessoas deslocadas internamente do Sudão do Sul. Dois momentos, disse Bruni, que prometem ser “comoventes”. Igualmente tocante, recordou, foi a viagem a Bangui, a capital da África Central, “uma etapa tornada incerta pela violência que havia ocorrido alguns dias antes na capital”. “Na época o Papa queria ir”, embora desaconselhado por muitos: “Eu só tenho medo de mosquitos”, disse aos repórteres no avião. E o “ambiente festivo nas ruas” foi a resposta.
Quanto ao programa da viagem, durante a qual o Papa fará sete discursos em Kinshasa e cinco em Juba (todos transmitidos pelo Vatican News com comentários em português), Bruni explicou que a missa de 1° de fevereiro no aeroporto Kinshasa-Ndolo, celebrada segundo o rito zairense do Missal Romano, deverá ser um dos eventos mais concorridos do pontificado. A área pode abrigar até um milhão e meio de pessoas e, de acordo com a imprensa local este será o número de presentes na celebração do Pontífice. O palco onde a celebração será realizada é o maior já construído na República Democrática do Congo, e também está equipado com um elevador para permitir que o Papa chegue mais facilmente. O coro que animará a missa também está entre os maiores de todos os tempos: 700 pessoas.
O Primaz Anglicano Welby e o Moderador Greenshield se juntarão ao Papa em Juba, a capital do Sudão do Sul, na margem oeste do Nilo Branco, onde o Papa encontrará também o Presidente Salva Kiir. Em Juba, vale a pena mencionar o encontro, ou melhor, o abraço do Bispo de Roma, no Salão da Liberdade, com os grupos de deslocados internos, reunidos em vários campos muitas vezes nas bases das missões da ONU. “Mais de 2 milhões no país, 33 mil somente na área de Juba”. Entre elas, as crianças de Bentiu, capital do Estado de Unity, flageladas por enchentes devastadoras e epidemias de cólera. Parolin havia visitado o acampamento em sua viagem de julho.
Texto: CNBB
Imagem: Logo oficial das viagens/Vaticano/Divulgação