Sob forte emoção e espiritualidade, o velório de Dom Geraldo de Souza Rodrigues teve início nesta tarde de segunda-feira, dia 14 de abril, em Porto Firme (MG). O féretro com o corpo do bispo chegou por volta das 16h e sob a presidência do pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Padre José Raimundo Alves, foi acolhido e feita as primeiras orações.

Ao chegar à matriz de Nossa Senhora da Conceição, lugar onde recebeu os sacramentos da iniciação à vida cristã e que por várias vezes celebrou os sacramentos, dezenas de amigos e familiares acolheram o corpo e prestaram sua homenagem ao filho ilustre de Porto Firme. Chama atenção a piedade dos portofirmenses que com o terço nas mãos expressavam sentimentos de dor e de esperança.

Ao entrar na Matriz, Pe. José Raimundo Alves proferiu as orações iniciais e conduziu a todos a um momento profundo de oração. “A morte de nosso querido irmão, Dom Geraldo de Souza Rodrigues, enche-nos de tristeza e recorda-nos como é frágil e breve a vida do homem. Mas, neste momento de tribulação, conforta-nos a nossa fé. Cristo vive eternamente e o amor que Ele nos tem é mais forte do que a morte. Por isso, a nossa esperança não deve vacilar”, exortou o sacerdote.

Depois, foi acendida a luz do Círio Pascal, símbolo do corpo glorioso e da ressurreição de nosso Senhor Jesus. “O esplendor desta luz ilumine as nossas trevas e o nosso caminho de esperança, até chegarmos a Vós, claridade eterna”.

Às 19h, ocorreu a primeira Missa presidida pelo pároco Pe. José Raimundo Alves e concelebrada pelos sacerdotes Pe. José de Souza Sena (irmão de Dom Geraldo), Pe. Róbson da Cunha Chagas e Pe. Pedro Hugo Alves Talin.

Em sua homilia, Pe. José Raimundo destacou que trabalhou diretamente com Dom Geraldo quando o bispo foi o vigário episcopal da região Pastoral Mariana Oeste. Assim puderam se conhecer mais e dividiram o pastoreio na referida região.

Pe. José Raimundo destacou ainda três aspectos da vida do amigo sacerdote: simplicidade, autenticidade e bondade.

“Primeiro simplicidade, uma pessoa que realmente encarnava o Cristo, simples humilde. […] Ao estilo de Dom Luciano!”. Depois, destaca “a autenticidade, pois era uma pessoa que conservava suas raízes, muito família. […] Algo muito edificante para nós”. Por último fala da sua bondade, “juntos enfrentamos muitos problemas, mas ele nunca perdia, assim, sua bondade. Confesso que nunca vi ele bravo, tendo um temperamento muito manso, muito afável, muito compreensivo, uma pessoa da paz. Me ajudou muito e, ainda, conto com ele que lá do céu vai continuar intercedendo por nós”.

Dom Geraldo era o terceiro filho, entre sete irmãos, do casal João Bernardino Rodrigues e Amélia Pires de Souza. Dentre os irmãos do prelado, um também foi ordenado padre e foi quem o acompanhou em seus últimos instantes de vida. Pe. José de Souza Sena, também do clero da Arquidiocese de Mariana, visivelmente emocionado, relatou os últimos dias ao lado de seu irmão e afirmou que ele sempre se manteve sereno e com uma grande vontade em servir o povo de Deus.

Segundo o relato do Pe. José Sena, desde que assumiu a Diocese de Januária Dom Geraldo quis estar próximo aos seus fiéis, servindo-os com amor e generosidade. Por várias vezes adiou seu descanso para poder atender as paróquias e conhecê-las mais. Após ter visitado todas as paróquias, não se contentou e começou a visitar também as diversas comunidades, sempre levando muito amor e dando atenção a todos que precisavam.

Foi apenas um ano de ministério episcopal, mas, certamente, um ano bem intenso e cheio das graças de Deus. Assim, conta-nos todos os que puderam conviver com ele durante esse curto período como bispo.

Durante toda a madrugada foram rezadas vigílias, terços e ofícios. Nesta terça-feira, as Missas serão celebradas às 8h, 11h, 15h e 19h. O velório continua e se estenderá até amanhã, quarta-feira, dia 16, onde terá a Missa às 7h e, por último, às 9h30, com o último ritual de exéquias, seguido pelo sepultamento no Cemitério local, onde também estão sepultados os pais de Dom Geraldo.

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