Foto da capa: reprodução do site da Prefeitura de Congonhas
Há 101 anos, em 28 de maio de 1920, Dom Silvério Gomes Pimenta tomava posse da cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras. Eleito em 30 de outubro de 1919 para suceder a Alcindo Guanabara na cadeira 19, ele foi o primeiro prelado brasileiro a ter um assento entre os escritores consagrados da instituição.
Segundo informações do site da Academia Brasileira de Letras, “a personalidade literária de Dom Silvério ficou marcada por seus livros e cartas pastorais, gozando o arcebispo acadêmico da fama de poliglota, conhecedor que era do Latim, Grego, Hebraico, além das línguas vivas que usava correntemente”. Além disso, o primeiro Arcebispo da Arquidiocese de Mariana publicou poesias em Latim e, como jornalista, fundou e dirigiu, em Mariana, O Bom Ladrão, O Viçoso, O D. Viçoso e o D. Silvério.
Entretanto, a sua principal obra foi o livro “Vida de D. Antônio Ferreira Viçoso: Bispo de Mariana e Conde da Conceição”, publicado pela primeira vez 1876. Em fevereiro deste ano, foi lançada a quarta edição da obra. Os trabalhos foram coordenados pelos padres José Carlos dos Santos e Fabiano Milione Honório.
“É difícil descrever a riqueza e o valor desta obra. Dom Silvério nos oferece a oportunidade de conhecer, com detalhes, e extremo rigor científico, a edificante vida de Dom Viçoso. É uma viagem não somente pelo que Dom Viçoso realizou, mas ao seu mundo interior, ao seu itinerário vocacional e de santificação, no serviço a Deus num contexto assinalado por imensos desafios”, afirmou o padre José Carlos à época do lançamento.
Para o sacerdote, o livro de Dom Silvério é reconhecidamente uma obra-prima da literatura brasileira. “Com esta obra, [ele] conquistou uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, sendo o primeiro eclesiástico a realizar este feito. Ainda, não se pode esquecer que Dom Silvério era negro, portanto, certamente, enfrentou muitas dificuldades. Por fim, alio a todas essas virtudes da obra de Dom Silvério o seu valor histórico. Por ela, conhecemos pormenores da história de Minas e do Brasil, da história da Igreja no Brasil e sobretudo da Diocese de Mariana”, destacou.