segunda-feira

, 25 de novembro de 2024

Homilia de Dom Geraldo na celebração de seu Jubileu de Ouro Sacerdotal em Aparecida

14 de agosto de 2017 Arquidiocese

Na Celebração de Ação de Graças por seu Jubileu de Ouro de Ordenação Sacerdotal, em Aparecida, no dia 13 de agosto de 2017, Dom Geraldo Lyrio Rocha fez a seguinte homilia:

Acompanhado por uma grande romaria da Arquidiocese de Mariana-MG, com mais de 7.200 pessoas, 136 ônibus e vários outros veículos, mais de 100 padres, vários diáconos, todos os seminaristas de nossa Arquidiocese, muitos amigos e familiares vindos do Estado do Espírito Santo e de outros Estados, contando também com a presença dos Senhores Prefeito e Presidente da Câmara Municipal de Mariana, venho à Casa da Mãe Aparecida para render graças a Deus pelos 50 anos de minha Ordenação Sacerdotal. Com Maria, louvo e bendigo a Deus pelo dom precioso do sacerdócio que, sem nenhum merecimento de minha parte, me foi concedido, não para meu proveito próprio, mas, para servir à Igreja e à humanidade.

Ao mesmo tempo, a Arquidiocese de Mariana vem agradecer à Mãe querida, a visita de sua imagem que peregrinou por todas as nossas paróquias, na comemoração do tricentenário do encontro da imagem venerada neste Santuário Nacional. Esta romaria arquidiocesana constitui-se também num marco significativo no Ano Mariano que estamos celebrando no Brasil e no Ano da Vocação Sacerdotal em nossa Arquidiocese, de 15 de agosto de 2016 a 15 de agosto de 2017, na comemoração do Jubileu de Ouro de minha Ordenação.

São grandes os laços que ligam Mariana a Aparecida: Como sabemos, o encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição, nas águas do Rio Paraíba do Sul, se deu quando os pescadores Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves foram à procura de peixes para o almoço a ser oferecido ao Conde de Assumar. Ele era governador das Capitanias de Minas Gerais e São Paulo. Estava em viagem, regressando de São Paulo e seguindo para Mariana, que era a sede do governo dessas duas Capitanias e onde residia o Conde. Além disso, “é no seio da Vila do Ribeirão do Carmo (posteriormente denominada Mariana) que Dom Frei João da Cruz, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro, que abrangia toda a Capitania de São Paulo e quase toda a de Minas, a 5 de maio de 1743, assina o decreto canônico, erigindo a capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, que daria lugar, mais tarde, à Basílica Nacional da celeste padroeira do Brasil.

Coincidentemente, dois anos mais tarde, achando-se novamente em Mariana, o mesmo Bispo Dom Frei João da Cruz, em preparativos para a criação desta Diocese, e ciente de já haver sido edificada a capela de Aparecida, autorizou, por Provisão de 22 de maio de 1745 a sua bênção litúrgica e o culto divino na mesma” (Cf. OLIVEIRA, Oscar. Virgem Maria: Mãe de Deus e Mãe dos homens. Mariana: Editora Dom Viçoso, 1968, p.151).

O evangelho há pouco proclamado nos leva a compreender que, na travessia do lago de nossa existência, tanto no exercício do ministério sacerdotal, na vida em família e em todas as situações, bem como na vida da própria Igreja, estamos sujeitos a enfrentar grandes tempestades na noite escura, como aconteceu com os discípulos de Jesus, no barco frágil agitado pelas ondas e ventos contrários. Mas, não há lugar para o medo, pois, mesmo que seja na madrugada, o Senhor Jesus vem ao nosso encontro. Nós é que às vezes não o reconhecemos imediatamente, como aconteceu com os discípulos. Também a nós, o Senhor dirige a mesma palavra: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” (Mt 14,27). Temos consciência de que, somente com nossas forças, não conseguimos vencer as grandes ondas e os fortes ventos. Como Pedro, nós clamamos: “Senhor, salva-me”! Também a nós o Senhor Jesus estende a mão e, quando Jesus entra no barco de nossa vida, o vento e as ondas se acalmam.

Hoje comemoramos também o Dia dos Pais. Nossas famílias vivem as turbulências do momento atual. Que o Senhor lhes estenda a mão para acalmar as tempestades que as envolvem e elas sejam verdadeiros santuários da vida, autênticas igrejas domésticas e escolas de virtudes humanas e cristã.

Agradeço a Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, por me conceder a honra de presidir à Santa Eucaristia nesta Catedral Basílica.

A Palavra de Deus que nos é transmitida nos leve a reconhecer o Senhor Jesus que vem ao nosso encontro; e o Pão Sagrado da Eucaristia que repartimos neste altar nos dê coragem nas tempestades da vida. Que a Virgem Aparecida nos cubra com seu manto para nos proteger dos perigos e nos livrar do naufrágio.

Amém!