Na última sexta-feira, 26 de julho, a cidade de Mariana (MG) celebrou a inauguração do Centro Cultural Arquidiocesano Dom Frei Manoel da Cruz, na Praça Gomes Freire. Dezenas de marianenses, intelectuais, autoridades estaduais e municipais e o clero compareceram em momento que transportou os presentes diretamente para o núcleo de memória, preservação e história.
Iniciando a noite festiva, após a Santa Missa em memória de Dom Geraldo Lyrio Rocha, foi exibido o vídeo institucional, que fez os presentes relembrarem o acervo e a arte preservados no território pertencente a Arquidiocese de Mariana. Um rico patrimônio, envolvendo igrejas, peças artísticas, tradições, saberes populares e o patrimônio material e imaterial, foram expostos.
Após os lançamentos, ocorridos na sala de exibições do ex-Palácio Arquiepiscopal, o público pôde conhecer os espaços do Centro Cultural, compostos pelo Museu da Música, do Mobiliário e Memorial dos Bispos. Em clima de curiosidade e deslumbre, os convidados apreciaram os objetos e a arquitetura do luminoso palácio, que por décadas serviu como moradia de quatro arcebispos.
Uma das presenças marcantes e ilustres, foi o Bispo Emérito de Oliveira, Dom Francisco Barroso Filho, ouro-pretano e filho da Arquidiocese de Mariana. Durante o momento, Dom Barroso confidenciou suas impressões sobre o Centro Cultural.
“Ficou muito bem montado. Estou gostando muito da maneira em que fizeram as exposições, está muito bom o museu. Estou vendo o Memorial dos Bispos e ficou muito bom”, expressou o prelado.
O artista Alvaro José da Silva, se fez presente na cerimônia de inauguração, e afirmou ser um momento importante na história de Mariana, na linha religiosa e na linha cultural, com a abertura do novo museu. Relatando a oportunidade da população em ter a possibilidade de acessar o acervo mais de perto. Alvaro reafirmou a importância da Arquidiocese de Mariana na história.
“A Arquidiocese de Mariana é uma das mais importantes do país. Você tem a cidade de Mariana que é a primeira vila, cidade e sede do bispado. Daqui saíram inúmeras pessoas que fizeram e fazem a história do país”, pontuou o artista.
A data para o evento foi escolhida especialmente em recordação a um dos grandes pastores da Arquidiocese de Mariana: Dom Geraldo Lyrio Rocha. Nesta data, completando-se um ano de seu falecimento, foi lançado o livro “A Vida se faz História – Dom Geraldo Lyrio Rocha: memória e testemunho”.
Monsenhor Celso Murilo Souza Reis, discursou na oportunidade sobre como foi escrever o livro e o contato com Dom Geraldo durante a apuração.
“Nas páginas desta obra bate o coração de um cristão, presbítero e bispo apaixonado por Deus, pelo Evangelho e pela missão da Igreja. […] Estou convencido de que o leitor que se apropriar deste texto certamente ficará impactado com o testemunho luminoso ou a edificante sabedoria humana, espiritual e pastoral de Dom Geraldo Lyrio Rocha”, afirmou o presbítero.
Escrito por Monsenhor Celso, Padre Róbson da Cunha Chagas e Padre Darci Fernandes Leão, a obra foi baseada em extensas perguntas formuladas a Dom Geraldo, ainda em vida, durante a pandemia de Covid-19. Neste livro, o leitor pode conferir sua biografia em todas as fases de sua vida, através de uma leitura “instigante, nutritiva e saborosa”, como escreveu o Monsenhor no prefácio da obra.
Representando toda a família e amigos, estiveram presentes em todos os momentos do dia, os familiares de Dom Geraldo: Rosa Maria, José Carlos Lyrio Rocha e sua esposa. Na oportunidade, José Carlos proferiu palavras emocionantes, evocando as boas lembranças de seu irmão eclesiástico.
“‘Amo o que sou, e amo o que faço!’ Não há palavras que possam suprimir melhor o que ia no íntimo de [Dom] Geraldo ao exercer tão nobres atividades pastorais, sempre externando sua gratidão a Deus pelas graças que recebeu. E assim foi durante toda sua vida, refletindo na sua maneira afável no relacionamento com todas as pessoas, nas quais refletia muita serenidade e paz”, contou José Carlos.
Por volta das 19h, iniciou-se a Santa Missa em memória de Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos. Com a presença de dezenas de fiéis, a Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção ficou em profunda meditação, recordando a memória do prelado, que guiou por 11 anos o rebanho desta Igreja Particular.
Após a solenidade, em procissão, o clero, familiares e devotos seguiram até a cripta, localizada abaixo da Catedral. Entre orações e cantos, Dom Airton abençoou com água benta e depositou flores no túmulo de seu antecessor.
Texto e fotos: Paulo César Gouvêa/Arquidiocese de Mariana