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“Ir ao encontro das pessoas é a atitude missionária que nós nunca deveríamos perder”, alertou Dom Airton na missa de encerramento da 27ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral

25 de novembro de 2019

Não esperar que venham. Esta foi uma das recomendações do arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, na missa de encerramento da 27ª Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, celebrada na capela do Instituto de Filosofia do Seminário Arquidiocesano São José, no último sábado (23), em Mariana.  “Não devemos ficar esperando que as pessoas venham, esperando que tomem consciência, que compreendam, nós temos que ir ao encontro. Indo ao encontro nós não vamos de mãos vazias, vamos levando Jesus Cristo, a exemplo de Nossa Senhora, para que a pessoa tenha a mesma reação de Santa Isabel”, exortou.

Dom Airton explicou que somos parte do processo missionário e quando tomamos a decisão de ir ao encontro dos outros, Deus já chegou. “O Espírito Santo já está lá. Enche a vida da pessoa, dá a ela condições para que compreenda, receba e assimile o que vai receber. Nós temos alguém que nos antecede na missão”. Ele, ainda, reforçou a diferença da evangelização em cidades fora dos centros urbanos, como algumas da Arquidiocese, onde, em sua maioria, a vida religiosa já está presente.

“Precisamos fazer com que essas pessoas se fortaleçam, estejam presentes sempre. A missão para nós não é levar uma novidade no sentido de que as pessoas não tenham mais nada. […] Quando fazemos isso nós olhamos para a pessoa na sua condição. Às vezes, uma condição de tristeza, de sentimentos feridos, de experiências mal feitas. Temos que curar as feridas, temos que nos colocar a serviço para fazer com que a pessoa recobre sua energia, seu vigor”.

 

Testemunho

Dom Airton recordou que é através de nossa ação que levamos Jesus Cristo as pessoas e que elas também um dia serão missionárias. “Mas sem pressa. Quanto tempo levou para ser o que somos? Alguns levam a vida inteira. Às vezes, a gente vai evangelizar, fazer um trabalho de catequese, de iniciação cristã e a gente gostaria que a pessoa fosse exatamente igualzinha a nos já. Temos que ter paciência. Paciência histórica, não passiva. Deus age, nós somos instrumentos. Tudo tem seu tempo, plantamos, cuidamos e Deus faz crescer”.

Ele pediu para que os participantes vejam na assembleia a inspiração para uma atitude missionária. “Vamos levar conosco a ânsia, a vontade, de fazer com que Jesus Cristo seja conhecido em todos os ambientes. Esta é a nossa missão. […]Não significa deixar o que fazemos para fazer outras coisas. Mas exatamente dar outro conteúdo, outro sentido aquilo que já fazemos. É preciso renovar, é preciso dar essa característica missionária para nossas ações”.

 

Dia do Leigo

Ao final da celebração, o arcebispo dirigiu a palavra aos leigos e leigas presentes, em vista do Dia Nacional do Leigo, celebrado ontem (24), na Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. “Tem coisa que nós não podemos e não temos como fazer, tem lugares onde nós [ministros ordenados] não podemos chegar, vocês sabem muito bem disso. Mas os leigos já estão lá: homens, mulheres, crianças, jovens, adolescentes, idosos”, reconheceu.

Ele agradeceu a dedicação dos leigos, evidenciando o empenho e paciência necessários para os trabalhos. “Não desanimem. Não se deixem vencer pelo desânimo. Vão em frente, nós contamos com vocês. Acho que os padres nossos que estamos aqui vendo esse acontecimento, vamos nos comprometer a cada vez mais rezar por vocês”, afirmou.

O arcebispo também ressaltou a diferença dos papéis dos ministros ordenados e leigos, lembrando que cada um tem sua missão. “Aqui a gente se lembra daquilo que São Pedro fez quando a comunidade escolheu os diáconos, lembram o que ele falou? ‘Escolha alguém porque nós não podemos deixar de fazer o que é nosso para fazer o de vocês’. Imagina se o padre começa a querer fazer as coisas dos leigos? Não dá certo. Padre faz coisa de padre. E os leigos as coisas de leigos. Cada coisa no seu lugar. Quando começa a misturar, ai dá confusão”, disse.

 

Portas abertas

Dom Airton exortou os fiéis presentes a se atentarem ao que significa ser uma Igreja em Saída e de portas abertas. ““Eu vou fazer crisma todo final de semana e, às vezes, eu passo cedinho numa paróquia […] e a porta da igreja está fechada” contou, ressaltando que o fato de não ter missa não impossibilita a abertura.

“O povo não precisa rezar? Durante a semana, às vezes, a mãe de família está lá fazendo comida e vem atrás da orelha o sino que é anunciado, e dá uma ânsia e ela gostaria de ir na Igreja rezar, mas a porta está fechada. Queremos evangelizar, de fato? É preciso tomar a decisão. Só falar não resolve. Leigos e leigas, ajudem a igreja a ser o que ela é, em saída, de portas abertas, uma Igreja que não tem medo.

 

Assembleia

Com a participação de quase 100 pessoas, entre padres, diáconos, seminaristas, uma religiosa e leigos, a 27ª edição da Assembleia Arquidiocesana de Pastoral foi encerrada após a missa. O coordenador arquidiocesano de Pastoral, padre Edmar José da Silva, ressalta que os objetivos foram atingidos: uma profunda avaliação avaliação das periferias pobreza e juventude, o conhecimento aprimorado das Novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil e definição das indicações pastorais para o ano da família na Arquidiocese foram realizados.

“As expectativas são as melhores possíveis. Percebi que todos estão muito motivados para a celebração deste ano. É bom recordar que a família é prioridade pastoral para toda a Arquidiocese e deve ser assumida por todas as pastorais, movimentos e comunidades das Paróquias”, diz.

 

 

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