A leiga Sueli de Fátima da Silva da Paróquia São João Batista, em Conselheiro Lafaiete (MG), será instituída ao Ministério do Catequista neste sábado, 13 de abril. A cerimônia é parte da programação da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em Aparecida (SP), quando um catequista de cada um dos 19 regionais da entidade receberá o ofício.
Partilhando a alegria sobre a missão que lhe foi confiada, Sueli disse que acolheu o chamado “com o coração aberto e com disposição para servir”. Escolhida para representar o Regional Leste 2 da CNBB, que abrange o estado de Minas Gerais, Sueli tem 58 anos, sendo 44 dedicados à Catequese, atuando dentre outras coisas, na formação de novos catequistas, na catequese para adultos e em funções de coordenação na Forania de Conselheiro Lafaiete.
“Durante todo esse período, eu sempre empenhei em atualizar, cuidar da formação, para fazer uma Catequese que atenda aos desafios do mundo moderno. A formação é prioridade em minha vida”, disse.
O nome de Sueli foi indicado pela Comissão Regional Bíblico-Catequética à presidência do Regional, por atender os pré-requisitos necessários. “Um dos critérios para ser instituído no Ministério de Catequistas é a formação, seguida de experiência catequética”, explicou. Neste ano, ela concluiu o curso de pós-graduação em Catequética do Instituto Regional de Pastoral Catequética (IRPAC), promovido pelo Regional Leste 2.
Ainda, todos os procedimentos necessários para a oficialização da instituição, como a autorização do Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, foram realizados.
“Este momento é não apenas um reconhecimento merecido pelo longo e dedicado serviço de Sueli, mas também uma inspiração para todos os catequistas, que desempenham um papel crucial na vida da Igreja”, afirmou a Coordenadora da Comissão Regional Bíblico-Catequética, Lucimara Trevizan.
Para Sueli, ser catequista é vocação. “Vocação que tem como eixo central a disposição para servir, a doação. É dom que recebemos de Deus”, destacou.
Instituído pelo Papa Francisco em maio de 2021, por meio da Carta Apostólica “Antiquum Ministerium”, o ministério de catequista “é um serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais identificadas” pelo bispo.
Ele é concedido a “homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna”.
Segundo o Papa Francisco, os fiéis devem receber a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, “para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese”. Outro requisito é que “sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico”.
No Motu Proprio que instituiu o ministério de catequista, o Papa Francisco confiou às Conferências Episcopais a indicação dos critérios e o itinerário formativo para ser concedido o ministério. Assim, a Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB preparou um documento que atende a esse pedido do Papa, em vista da aplicação na Igreja no Brasil. O texto foi aprovado durante a 59ª Assembleia Geral da CNBB, em 2022.
Publicado sob o número 112, o documento “Critérios e Itinerários para a Instituição do Ministério de Catequista” contém a proposta de formação imediata para aqueles que já atuam como catequistas, como também uma formação mais prolongada para os que desejam ser catequistas.
Outra tarefa da CNBB no processo de implementação do ministério de catequista foi a tradução do “Rito da Instituição de Catequistas”, produzido pelo Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Dessa forma, o ritual está disponível para que os bispos e as Comissões Diocesanas de Liturgia utilizem, como expressão do reconhecimento da Igreja a tantos leigos e leigas que, há tempos, dedicam suas vidas à transmissão da fé e ao anúncio do Evangelho.
Texto: Com informações de Lucimara Trevizan — Coordenadora da Comissão Regional Bíblico-Catequética e da CNBB Nacional