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, 20 de maio de 2025

Livro sobre a vida de Dom Viçoso é lançado em Mariana

20 de maio de 2025 Arquidiocese

Na manhã de domingo, 18 de maio, a Catedral da Sé, em Mariana (MG), foi local escolhido para o lançamento do livro: “Dom Viçoso, um santo que andou em Minas”, de autoria de Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora.

A Santa Missa, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, precedeu o evento que contou com a presença de fiéis, devotos de Dom Viçoso e dos seminaristas tanto dos seminários de Mariana, quanto do Seminário de Juiz de Fora.

Missa celebrada por Dom Airton e concelebrada por Dom Gil e demais padres da Arquidiocese de Mariana e de Juiz de Fora.

Compuseram a mesa, além de Dom Gil e Dom Airton, o Reitor da Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção, Padre Geraldo Dias Buziani, e o Diretor Acadêmico da Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM), Padre Edvaldo Antônio de Melo.

Dom Airton, ao abrir a cerimônia, deu as boas-vindas ao Dom Gil e a todos, relatando a importância da presença de Dom Viçoso para a Arquidiocese de Mariana, e que neste ano de 2025, celebra-se, em memória, dos 150 anos de seu falecimento.

Para o prelado, a obra de Dom Gil sobre Dom Viçoso será muito aproveitada na Arquidiocese, pois “a nossa Igreja particular de Mariana nasceu, também, das mãos de Dom Viçoso. Se nós somos o que somos hoje, aqui em Mariana, 280 anos depois, foi por causa de Dom Viçoso”.

O Arcebispo lembrou ainda, que Dom Viçoso foi o sétimo bispo a nível de Diocese, porque dia primeiro de maio de 1906, ela foi elevada à dignidade de Arquidiocese por meio da bula Sempiternam humani generis (Eterna do gênero humano), do Papa Pio X, e foi Dom Viçoso “quem abriu o caminho” para que isso se tornasse realidade até os dias de hoje.

Da esquerda para direita: Padre Edvaldo Melo, Diretor da FDLM; Dom Gil, Arcebispo de Juiz de Fora; Dom Airton, Arcebispo de Mariana e Padre Geraldo Buziani, Reitor da Catedral da Sé.

Padre Geraldo Buziani, em sua fala, destacou a Caminhada da Fé realizada todo dia 13 de cada mês. Promovida pela Catedral da Sé, os fiéis saem, às 6 horas, em direção a Cartuxa de Dom Viçoso, onde ele viveu e morreu, e lá, juntamente com o pároco, celebram a Santa Missa pela sua beatificação.

O sacerdote evidenciou a importância do lançamento do livro, especificamente neste ano, pois, “estamos preparando para celebrar, fazendo memória dos 150 anos do falecimento de Dom Viçoso, dia 07 de julho, e para todas essas atividades religiosas, esse momento agora vem nos enriquecer, possibilitando-nos mais conhecimento aprofundado sobre a vida e a obra de Dom Viçoso. Então, a gente agradece e louva a Deus e a Dom Gil por nos proporcionar esse momento tão importante”, evidenciou Padre Geraldo.

Dom Airton e Padre Geraldo Buziani

Padre Edvaldo Melo, por sua vez, agradeceu a confiança de Dom Gil devida a participação da FDLM e de “todo o trâmite com a Editora Dom Viçoso, de forma técnica, na formatação do livro. Agradeço também a confiança de Dom Airton, que nos confiou este trabalho, juntamente com a Arquidiocese de Mariana, para o lançamento deste livro, da obra de Dom Gil”.

O Diretor Acadêmico relatou ainda a importância do livro para a FDLM, devido à forte ligação entre os dois bispos, pois Dom Luciano Mendes fora curado de uma infecção generalizada, graças a intercessão de Dom Viçoso. Motivo suficiente que impele tamanha devoção aos dois e essa história completa está escrita no livro de Dom Gil, com a publicação do relato de Dom Luciano, na íntegra, com a sua caligrafia.

Padre Edvaldo e Dom Gil

Dom Gil inicia sua explanação expressando sua satisfação em lançar o seu livro na “Catedral Dom Viçoso, visto que, daqui ele governou de 1844 a 1875 e está sepultado aqui na Cripta, e por isso, sinto-me feliz de estar neste espaço lançando este livro”.

O Arcebispo de Juiz de Fora trouxe à tona a história da Arquidiocese de Mariana, desde a sua fundação, em 1745, até o bispado de Dom Viçoso, que, de forma grandiosa, ele a ajudou a superar as dificuldades e a “fez renascer, portanto, nós podemos dizer que há uma história da Igreja de Mariana antes e uma depois de Dom Viçoso”.

Além disso, ele citou as importantes benfeitorias que Dom Viçoso realizou durante o seu exercício, principalmente, a reforma do Seminário Menor e os desafios abolicionistas, tal qual, conseguiu conquistar a liberdade para várias pessoas, em especial, a uma criança negra, a qual, mais tarde tornou-se o nono bispo diocesano e o primeiro bispo arquidiocesano entre 1897 e 1922, Dom Silvério Gomes Pimenta.

Eu seu livro, Dom Gil relata que Dom Viçoso era padrinho de crisma de Dom Silvério e o conduziu para a continuidade de seus estudos, mesmo diante dos obstáculos imperiais da época.

Dom Gil durante sua explanação.

Toda essa riqueza de detalhes expostos nesse livro é o resultado das pesquisas de Dom Gil para um trabalho conclusivo de mestrado e, depois, para fazer o doutorado em Roma. O que chamou sua atenção para a escolha foi destreza que Dom Viçoso exerceu o bispado, conduzindo a igreja de Cristo, em Mariana, de forma organizada, segundo os valores cristãos.

“Naquela época havia muitas dificuldades com os padres que tinham famílias, fazendas etc., e eu ficava intrigado, por quais motivos acontecia isso com tanta frequência no passado, e hoje nós temos um clero tão santo e tão bom em Minas Gerais. Fui pesquisar e fiquei sabendo do trabalho de dom Viçoso, que salvou esses padres e a Igreja, dando-lhes um novo rumo. Dessa forma, despertou-me, de fato, o interesse não só de pesquisa acadêmica científica, mas o interesse pela sua santidade, porque pesquisando a gente viu que, realmente, ele é um santo que andou em Minas”, finalizou do Gil.

Dom Airton lembrou que a Arquidiocese de Mariana está em um ano muito especial, comemorando os seus 280 anos de criação, e “Dom Gil quis presentear a todos nós com o lançamento deste livro e isso será muito importante para conhecer a história, a vida e as obras de Dom Viçoso e, evidentemente, isso tudo ajudará no processo de beatificação dele. Existem muitas histórias ligadas a esse processo e nós agradecemos a Deus, porque essa iniciativa trará mais elementos e produzirá mais conhecimentos nas pessoas para que elas saibam a história de Dom Viçoso”, lembrou o Arcebispo.

 

Aula Magna no Seminário São José

Na segunda-feira de manhã, 19 de maio, Dom Gil ministrou a Aula Magna “A Igreja em Minas Gerais no século XIX”, no Seminário São José, em Mariana (MG).

Uma aula de história da Igreja em Mariana, desde 1745, direcionada para os alunos da FDLM, seminaristas e diversos padres.

Dom Gil relembrou fatos importantíssimos desde o governo da Coroa Portuguesa, passando pelo Império de Dom Pedro, até a atuação de Dom Viçoso como Bispo de Mariana. A relação entre a Igreja, o Estado e a União daquela época, como os poderes se organizavam, a atuação dos padres e o posicionamento da Igreja diante da monarquia.

Para o seminarista do quarto ano de Teologia do Seminário São José, Nilo Neto, participar desse momento foi uma experiência única para sua formação, pois “foi uma alegria muito grande para nós, porque a gente consegue valorizar um pouco mais [a história]. Na medida em que vamos conhecendo Dom Viçoso, nós o amamos mais ainda, não apenas porque ele está no processo de beatificação, mas porque ele ofereceu muito para nossa Igreja particular de Mariana”.

O Reitor do Seminário São José, Padre Sérgio José, ressaltou que essa experiência eclesial histórica será uma oportunidade para os seminaristas saberem quem foi Dom Viçoso.

“Dom Gil é um historiador exímio e ele, com essa palavra, com essa obra, oferece-nos a oportunidade de conhecer, um pouco mais, o contexto histórico daquela época, de tudo aquilo que Dom Viçoso recebeu quando foi nomeado bispo de nossa Diocese. Conhecendo a história, o contexto e tudo aquilo que foi a vivência da Diocese, penso que será uma oportunidade para que os nossos seminaristas possam aprender, ainda mais, a amar a nossa Igreja Particular, que teve uma grande importância para todo o Estado de Minas Gerais, e isso vem com um grande coroamento dos 280 anos da Arquidiocese de Mariana”, ressalta Padre Sérgio.

Texto e fotos: Departamento Arquidiocesano de Comunicação (Dacom).