Uma missa em memória aos quatro anos do rompimento da Barragem de Fundão será celebrada amanhã (5), no Santuário de Nossa Senhora do Carmo, em Mariana. O arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, presidirá a celebração. Desde o dia 31, várias atividades em memória a aproximação da data estão sendo promovidas pela Cáritas Arquidiocesana e pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
“Nós entendemos como um ato de muita importância para os atingidos e atingidas, tendo em vista que a fé cristã tem nutrido a esperança em seus corações e os fortalecido na luta”, ressalta padre Alex Martins de Freitas, responsável da Arquidiocese em acompanhar os atingidos. O padre, que também é pároco da paróquia a qual pertence uma das comunidades atingidas, Paracatu de Baixo, diz perceber que é justamente a celebração da fé que anima as pessoas a permanecerem na luta, reinvidicando os seus direitos e denunciando o crime do rompimento da barragem.
Ainda que possa vir a gerar dor, devido às lembranças dos fatos ocorridos nos últimos quatro anos, padres Alex reforça que a celebração eucarística gera esperança. “A missa celebrada com as comunidades atingidas mostra que Deus está presente no coração deles, que Deus não os abandonou, demonstra que a Igreja é solidária, que está do lado dos atingidos, que é mãe e quer acompanhar de perto com esse apoio espiritual, esse seu incentivo a permanecer de pé, reindicando os direitos”, reforça.
Atividades
Na noite desta segunda (4), o MAB promove o debate “A solidariedade constrói direitos”, iniciativa que propõe construir uma casa no município de Barra Longa, que será doada para uma família atingida. “Essa proposta é justamente para denunciar a negação de direitos e anunciar que a organização coletiva e um mutirão gera esperança e promove a vida e a dignidade, coisa que as empresas (Fundação Renova, Vale, BHP Billiton) não conseguem fazer”, explica padre Alex, referindo-se a demora no atendimento das necessidades dos atingidos, sobretudo em relação à moradia.
Um ato simbólico foi realizado pela Cáritas na tarde de hoje nos territórios atingidos pela lama e no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas da Universidade Federal de Ouro Preto. “Mariana: 4 anos Plantando a Resistência” foi o nome do evento, que trouxe à tona pautas sobre território, indenização, reassentamento e saúde.
Programação do dia 5 de novembro
Às 16h haverá a Marcha dos Atingidos, em Mariana, promovida pelo MAB Minas Gerais. Às 18h, haverá celebração em Barra Longa e às 18h30 em Mariana.