No Angelus deste domingo, 03 de julho, o Papa Francisco falou sobre a missão evangelizadora que nos foi confiada por Cristo. Ao comentar o Evangelho disse: “Os discípulos foram enviados dois a dois, não individualmente. Ir em missão dois a dois, de um ponto de vista prático, parece ter mais desvantagens do que vantagens. Há o risco de que os dois não se entendam, que tenham um ritmo diferente, que um fique cansado ou doente pelo caminho, forçando o outro a parar também”. Entretanto, continua, Jesus não pensa assim, “não envia solitários à sua frente, mas discípulos que vão dois a dois. Perguntemo-nos: qual é a razão desta escolha do Senhor?”.
“A tarefa dos discípulos é ir à frente e preparar o povo para receber Jesus; e as instruções que Ele lhes dá não são tanto sobre o que devem dizer, mas sobre como devem ser: mais sobre o testemunho a ser dado do que sobre as palavras a serem ditas:
Francisco continua: “Pode-se elaborar planos pastorais perfeitos, implementar projetos bem elaborados, organizar-se até os mínimos detalhes; pode-se convocar multidões e ter muitos meios; mas se não houver disponibilidade para a fraternidade, a missão evangélica não avança”.
Concluindo seu pensamento Francisco afirma:
Por fim o Papa pondera: “Então podemos nos perguntar: como levamos a boa nova do Evangelho aos outros? Fazemo-lo com espírito e estilo fraterno, ou à maneira do mundo, com protagonismo, competitividade e eficiência? Perguntemo-nos se temos a capacidade de colaborar, se sabemos tomar decisões em conjunto, respeitando sinceramente quem nos rodeia e levando em conta seu ponto de vista. É sobretudo desta maneira que a vida do discípulo permite que a do Mestre transpareça, anunciando-o verdadeiramente aos outros”.
Depois da oração do Angelus o Papa Francisco recordou da beatificação dos primeiros mártires argentinos, ocorrida no sábado, dia 2. Eis as suas palavras:
“Ontem, em San Ramón de la Nueva Orán, Argentina, foram beatificados Pedro Ortiz de Zárate, sacerdote diocesano, e João Antonio Solinas, sacerdote da Companhia de Jesus. Estes dois missionários, que dedicaram suas vidas à transmissão da fé e à defesa dos povos indígenas, foram mortos em 1683 porque levavam a mensagem de paz do Evangelho. Que o exemplo desses mártires nos ajude a dar testemunho da Boa Nova sem concessões, dedicando-nos generosamente ao serviço dos mais fracos. Um aplauso para os novos beatos!”
Em seguida o Papa Francisco reiterou mais uma vez seu apelo pela paz na Ucrânia e no mundo inteiro:
“Apelo aos chefes das nações e organizações internacionais para que reajam à tendência de acentuar o conflito e o confronto. O mundo precisa de paz. Não uma paz baseada no equilíbrio de armas, no medo recíproco. Não, isso não serve. Isto significa fazer a história recuar setenta anos. A crise ucraniana deveria ter sido, mas – se se quiser – ainda pode se tornar, um desafio para estadistas sábios, capazes de construir no diálogo um mundo melhor para as novas gerações. Com a ajuda de Deus, isto é sempre possível! Mas devemos passar das estratégias de poder político, econômico e militar para um projeto de paz global: não para um mundo dividido entre potências em conflito; sim para um mundo unido entre povos e civilizações que se respeitam mutuamente“.