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No dia de São Francisco de Assis, conheça a história de dois devotos que são colecionadores de imagens do santo italiano

04 de outubro de 2021 Arquidiocese

Coleção de obras de São Francisco de Marcos – Foto: Arquivo pessoal

A Igreja celebra no dia 04 de outubro a memória de São Francisco de Assis. Conhecido como o protetor dos animais e dos humildes, o santo nasceu em Assis, na Itália, e pertencia a uma família abastada. 

Nesse dia, ao recordamos o seu exemplo de amor e humildade, o Departamento Arquidiocesano de Comunicação (Dacom) compartilha as histórias de devoção a São Francisco de Assis de dois fiéis da nossa Arquidiocese: Cássio Serretti Mendes e Marcos José da Silva. Em comum, além da história de admiração pelo santo desde a infância, ambos mantêm coleções com obras sobre São Francisco de Assis. 

Cássio

Cássio. Foto: Arquivo pessoal

Cerâmica, gesso, madeira, vidro, papelão, tecido, cabaça, resina, metal e biscuit. Esses são alguns dos materiais que deram origem às 98 imagens de São Francisco de Assis que Cássio Serretti Mendes, 56 anos, reúne em sua casa há 25 anos. Devoto do santo italiano, o colecionador conta que a sua admiração por São Francisco de Assis se iniciou quando ainda era criança. 

“Desde a infância já admirava a história de vida de São Francisco de Assis, pois fui introduzido na Igreja Católica por meus pais. Sempre participávamos das celebrações na paróquia em nosso bairro José Brandão, em Caeté (MG), na Paróquia São Francisco de Assis”, conta.

Daquele tempo, são muitas as memórias afetivas dos momentos de devoção que ainda guarda consigo. Dentre elas, a da sua avó materna ornamentando o andor de São Francisco para as festividades do padroeiro. “Ele era um imenso tablado sobre rodas, em que ela sempre reproduzia a natureza e os animais ao redor da imagem”, recorda com carinho. 

Os anos foram passando e com eles o amadurecimento na fé. Por cinco anos, dos 10 aos 15 anos, foi coroinha em sua paróquia de origem, e, posteriormente, Marcos por outros dois anos, entre 1983 e 1985, seminarista na Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano (MG). “No período de minha vida em que era coroinha, sempre estive atento à mensagem presente na oração de São Francisco. Devoção e história de vida que sempre me conduziram e conduzem”, destaca. 

Entretanto, somente após ter saído do seminário e ter se casado com Maria Inês é que começou a montar a sua coleção de obras sacras do protetor dos animais. “Até então, não tinha em vista colecionar imagens de São Francisco, foi quando ela me incentivou e iniciei adquirindo a primeira peça. À medida que viajávamos, sempre procurávamos por alguma imagem com características diferentes, porém mantendo a simplicidade de São Francisco e sua relação com os animais. Os parentes e amigos, conhecedores dessa minha relação, começaram a me presentear com outras imagens e a coleção foi crescendo”, conta. 

Atualmente, além das 98 obras, o seu acervo pessoal é também composto por livros e quadros de São Francisco. No meio de tantas peças, uma tem um significado especial para Cássio: a imagem de São Francisco rodeado por pássaros. Feita em cerâmica, a obra é de autoria dos artistas Tafé e Vinícius, da cidade de Catas Altas (MG), onde o colecionador reside desde 2003. Para ele, a obra demonstra a “perfeição dos traços esculpidos no barro pelas mãos dos artistas”. 

Para os dias atuais, mais do que obras sacras, Cássio vive a sua devoção a partir do ensinamento que considera ser o principal de São Francisco: “o respeito ao próximo, seja qual for a sua condição inserida no meio em que habita”

Marcos

Marcos com a sua coleção de “Chiquinho”. Foto: Arquivo pessoal

Para muitos, São Francisco de Assis, para Marcos José da Silva, simplesmente Chiquinho. É assim, de forma íntima e afetuosa, que o colecionador chama ao santo italiano por quem cativa grande fé e devoção. Aos 37 anos, ele conta que tudo começou ainda na infância: “quando criança, eu sonhei com São Francisco”. 

À época, ainda não sabia de quem se tratava e, por isso, recorreu à sabedoria da sua mãe, a senhora Maria Rosimar da Silva. “Perguntei à minha mãe se existia esse santo, São Francisco. Ela disse que sim e me deu uma oração dele. A partir daí tem todo esse meu encantamento”, conta Marcos. 

Desde então, o amor pelo santo foi crescendo e sendo cultivado a cada dia: seja pela oração de São Francisco, que o colecionador considera ser muito profunda e poderosa, ou às visitas que faz a todas as igrejas dedicadas ao santo nas cidades que conhece. Entretanto, colecionar imagens sacras de São Francisco não era algo planejado inicialmente. 

Há cerca de sete anos, após comentar com o amigo Dione Dias sobre a sua relação com o santo, foi presenteado com a sua primeira imagem. “A partir daí, não parou mais”, brinca. Diversidade não falta na sua “coleção de Chiquinho”. São 85 peças de várias cores, formatos, tamanhos e materiais, como gesso, madeira, pedra, biscuit, palha, papel machê, lã, resina, conchas, cerâmica, cabaça, borracha, etc., vindas de diferentes regiões do Brasil. Além das imagens sacras, quadros, canecas, tapetes e panos de prato, por exemplo, compõem o seu acervo. 

 

Para Marcos, cada obra é única e uma surpresa. “Cada peça que eu olho, me traz algo: é o carinho de alguém que viajou e pensou em mim; é o carinho de alguém que produziu aquilo para mim; é uma memória afetiva de uma viagem que eu fiz”, conta. Por isso, para ele, é difícil escolher somente uma como a mais especial. “Eu gosto de todas!”, destaca. 

Em uma relação de intimidade, em sua casa, na cidade de Tabuleiro (MG), as obras de São Francisco dividem espaço com os demais moradores e estão presentes pelos corredores, quartos e salas, integrando todo o ambiente familiar. Entretanto, Marcos garante: “minha relação com ele está além da coleção, mas relacionada ao modo de viver dele e a maneira que ele enxerga o mundo: esse olhar para a natureza e para os animais é um olhar muito empático. Ele enxerga beleza na simplicidade. É algo que eu busco também”.

Este texto foi originalmente publicado na edição nº 317 do Jornal Pastoral sobre o título “Colecionadores de fé”. 

Tem alguma sugestão de matéria para o Jornal Pastoral? Encaminhe para o e-mail dacom@arqmariana.com.br

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