“Quebramos os laços que nos uniam ao Criador, aos outros seres humanos e ao resto da Criação. Precisamos sarar estas relações danificadas, que são essenciais para sustentáculo de nós mesmos e de toda a trama da vida”. Com este tweet, no ‘@pontifex’, o Papa Francisco sublinhou as responsabilidades do homem em sua relação com a natureza neste Dia Mundial da Terra, que este ano, mais do que nunca, convida todas as nações, especialmente as industrializadas, a assumir um compromisso comum para acabar com a exploração indiscriminada dos recursos de nosso planeta.
Francisco sempre quis a criação de uma aliança entre o ser humano e o meio ambiente, que nada mais é do que uma declinação do conceito de “ecologia integral”, agora conhecido em toda parte graças à encíclica “Laudato si“. Tudo o que está acontecendo, desde pandemias às mudanças climáticas, tem relevância em todos os aspectos da vida, sociais e econômicos, éticos e políticos. E tudo afeta a vida dos mais pobres e frágeis, afirma com frequência o Papa, apelando para a responsabilidade de promover, com um compromisso coletivo e solidário, uma cultura do cuidado, que coloque a dignidade humana e o bem comum no centro. Justiça, equidade, segurança, do ponto de vista ambiental, são hoje para Francisco prioridades irrenunciáveis.
A redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso racional dos recursos e outras iniciativas devem ser colocados em prática para deter o contínuo envenenamento da Terra. A própria Santa Sé, garantiu o Papa Francisco, está empenhada em assegurar que o Estado da Cidade do Vaticano reduza as emissões a zero antes de 2050, intensificando os esforços de gestão ambiental, já em curso há alguns anos, que possibilitam o uso racional de recursos naturais como água e energia, eficiência energética, mobilidade sustentável, reflorestamento e a economia circular também na gestão de resíduos.
Trata-se de iniciar um complexo de ações baseadas na ecologia integral, um valor para o qual Francisco pede uma educação para colocar o cuidado dos bens comuns em primeiro lugar nas políticas nacionais e internacionais e incentivar a produção sustentável mesmo em países de baixa renda, compartilhando tecnologias avançadas apropriadas. As medidas políticas e técnicas devem, portanto, se unir para criar um processo educacional que favoreça um modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade centrado na fraternidade e na aliança entre o ser humano e o meio ambiente. Chegou a hora de uma mudança de rumo, pede o Papa. Não vamos tirar das novas gerações a esperança de um futuro melhor.
Texto: Giancarlo La Vella – Vatican News
Foto da capa: reprodução Pixabay