sexta-feira

, 22 de novembro de 2024

O chamado de Deus não é um privilégio, é para todos, afirma Papa Francisco na Audiência Geral

22 de novembro de 2023 Igreja no Mundo

“A mensagem cristã é para todos”. Esse foi o tema escolhido pelo Papa Francisco para a catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, 22 de novembro. Reunido com milhares de fiéis na Praça São Pedro, o Pontífice enfatizou que através do encontro com Jesus os cristãos são chamados a anunciar com alegria as maravilhas do Evangelho.

Através da propagação da mensagem de Cristo, sublinhou Francisco, “existe um poder humanizador, uma realização de vida que está destinada a cada homem e a cada mulher, porque Cristo nasceu, morreu e ressuscitou por todos, não excluiu ninguém”.

O cristão deve ser aberto e extrovertido

O Papa recordou um trecho da Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, Evangelii Gaudium:

«Todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas “por atração”» (n. 14).

O Papa Francisco, ao sublinhar a importância do serviço da destinação universal do Evangelho, convidou os fiéis a destacarem-se “pela capacidade de ir além de si, de superar o egoísmo e todas as fronteiras”:

“Os cristãos reúnem-se mais no adro da igreja do que na sacristia, percorrem as praças e as ruas da cidade. Devem ser abertos e expansivos, extrovertidos, e este carácter vem de Jesus, que fez da sua presença no mundo um caminho contínuo, destinado a chegar a todos, aprendendo até com alguns dos seus encontros.”

O chamado do Senhor é para servir

Ao falar sobre a pregação de Jesus narrada nos evangelhos, o Papa recordou que a propagação da Boa Nova não deve limitar-se ao povo ao qual pertence, mas deve estar aberta a todos. “A Bíblia nos mostra”, disse o Papa, “que quando Deus chama uma pessoa e faz uma aliança com alguém, o critério é sempre esse”:

“O Senhor elege alguém para alcançar outros, esse é o chamado de Deus.”

Em seguida, o Santo Padre destacou que todos os amigos do Senhor experimentaram a beleza, mas também a responsabilidade e o fardo de serem “escolhidos” por Ele, e completou: “todos já experimentaram o desânimo diante de suas fraquezas ou da perda de sua segurança”.

Francisco então exortou os fiéis sobre o risco do fechamento que pode assolar os cristãos:

“A tentação maior é considerar o chamado recebido como um privilégio. Por favor, não, o chamado não é um privilégio, nunca. Não podemos dizer que somos privilegiados em relação aos outros. O chamado é para um serviço. E Deus escolhe um para amar a todos, para alcançar a todos.”

Ao final da sua catequese o Papa enfatizou que o chamado de Jesus é universal: “não é para um grupo de eleitos de primeira classe”: “Deus escolhe alguém para amar a todos. Esse é o horizonte da universalidade. O Evangelho não é só para mim, é para todos, não vamos nos esquecer disso”, concluiu o Papa.

Orem pela paz, orem muito pela paz

Ao término da audiência geral desta quarta-feira (22), o pensamento do Santo Padre mais uma vez voltou-se para os que sofrem por causa das guerras em muitas partes do mundo, pedindo para perseverarmos na oração por estes nossos irmãos e irmãs, especialmente pelas queridas populações da Ucrânia, de Israel e da Palestina.

E, como havia sido previamente anunciado dias atrás, o Papa Francisco recebeu esta manhã parentes de reféns israelenses e familiares de palestinos de Gaza.

Não nos esqueçamos de perseverar na oração por aqueles que sofrem por causa das guerras em tantas partes do mundo, especialmente pelo querido povo da atormentada Ucrânia, de Israel e da Palestina. Esta manhã recebi duas delegações, uma de israelenses que têm parentes como reféns em Gaza e outra de palestinos que têm parentes em Gaza. Eles sofrem muito e senti como ambos sofrem: as guerras fazem isso, mas aí fomos além das guerras, isso não é guerrear, isso é terrorismo. Por favor, caminhemos avante pela paz, orem pela paz, orem muito pela paz. Que o Senhor ponha sua mão ali, que o Senhor nos ajude a resolver os problemas e não se siga adiante que acabam morrendo todos. Oremos pelo povo palestino, oremos pelo povo israelense, para que a paz venha.

Texto: Thulio Fonseca e Raimundo de Lima – Vatican News

Foto: Vatican Media

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