“E nós, queremos amar Jesus?”. Esta foi a pergunta que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis na Praça São Pedro, na oração do Regina Coeli, deste domingo, 1º de maio.
O Evangelho da Liturgia deste III Domingo de Páscoa narra a terceira aparição de Jesus ressuscitado aos apóstolos, no lago da Galileia. O episódio envolve sobretudo Simão Pedro, que estava um pouco desencantado à espera de Jesus.
“Pode acontecer também conosco, por cansaço, desilusão, talvez preguiça, de nos esquecer do Senhor e ignorar as grandes escolhas que fizemos, para nos contentar com outras coisas”, disse o Papa. Mas se assim fizermos, acrescentou, ficaremos desiludidos: “com as redes vazias, como Pedro”.
Eis então que Jesus volta às margens do lago e convida os discípulos a lançarem as redes com coragem, obtendo um resultado grandioso.
“Irmãos, irmãs, quando nossas redes estão vazias na vida, não é o momento de comiseração, de ócio, de voltar a velhos passatempos. É o momento de recomeçar com Jesus, de encontrar a coragem de reiniciar, de retomar o largo com Ele”, exortou Francisco “Ele está esperando” cada um de nós.
E é o que faz Pedro, que ao reconhecer o Mestre se lança nas águas em sua direção. Esta mesma atitude foi encorajada pelo Pontífice, a lançar-nos no bem sem medo de perder algo, sem calcular muito, sem esperar que os outros comecem. Para ir ao encontro de Jesus, é preciso se decidir, disse ainda o Papa.
No final deste episódio, Jesus dirige a Pedro, por três vezes, a pergunta: «Tu me amas?»
Uma pergunta, afirmou o Papa, que vale também para nós hoje, porque, na Páscoa, Jesus quer que também o nosso coração ressuscite; porque a fé não é questão de saber, mas de amar.
“Tu me amas?, pergunta Jesus a você, que tem as redes vazias e tem medo de recomeçar; a você, que não tem a coragem de se lançar e perdeu o entusiasmo. Tu me amas?, pergunta Jesus. Desde então, Pedro parou de pescar para sempre e se dedicou a serviço de Deus e dos irmãos, até ao ponto de dar a vida aqui, onde nos encontramos agora. E nós, queremos amar Jesus?”
O pontífice concluiu pedindo a intercessão de Nossa Senhora, para nos ajude a reencontrar a coragem do bem.
No Dia de São José Operário, festa do trabalhador, o Papa Francisco renovou seu apelo para que em todos os lugares e para todos “o trabalho seja digno”.
As palavras do Pontífice foram pronunciadas ao final da oração do Regina Coeli. E ao mundo do trabalho, exortou a fazer crescer uma “economia de paz”. De modo especial, o Papa fez uma homenagem a todos os operários mortos na realização do seu ofício: “Uma tragédia muito comum, talvez demasiadamente comum”.
O Santo Padre citou ainda uma categoria especial de trabalhadores: os jornalistas. No dia 3 de maio, a Unesco promove o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa:
“Presto homenagem aos jornalistas que pagam pessoalmente para servir este direito”, disse o Papa, citando dados alarmantes. No ano passado, 47 jornalistas foram mortos e mais de 350 encarcerados.