sábado

, 06 de julho de 2024

O Fórum na voz das pastorais e movimentos: veja o que disseram os participantes

29 de novembro de 2022 Arquidiocese

Foto: Tiago Fernandes

“Traga a bandeira de luta, deixa a bandeira passar, essa é a nossa conduta, vamos unir pra mudar”. Esse foi um dos versos que embalaram o 8º Fórum Social pela Vida realizado entre os dias 24 e 27 de novembro, em Carandaí (MG). Nesta edição, o evento reuniu mais de 260 participantes ao longo dos quatros dias e contou com a participação de representações de mais de pastorais e movimentos. Confira o que disseram algumas das pessoas presentes:

Claudinéia Aparecida Ferreira, integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), de Viçosa (MG)

Foto: Thalia Gonçalves

“Essa é a minha primeira vez no Fórum. A gente veio em caravana e desde o primeiro dia, até o processo mesmo de construção para vir, foi coletivo. Isso já representa muito o movimento social. Essa ligação da Igreja com o movimento é importantíssima. Estou amando tudo desde o primeiro dia, as discussões, os debates. Os palestrantes são muito bons.

Quando a gente vem em um encontro como esse, principalmente, na Arquidiocese de Mariana, eu tenho percebido que todos estão muito em conflito com a mineração. Quando a gente encontra com outras pessoas que também estão enfrentando o mesmo problema que a gente, a gente vê outras dimensões do mesmo problema. Então, a gente aprende a resistir ou estratégicas com essas mesmas pessoas, que estão aqui, enfrentando problemas de diversas faces. Então, é uma forma de troca de aprendizado.

Do mesmo jeito que elas trazem as suas formas de luta e de resistência, a gente também está trazendo. Inclusive, uma frente de luta que a gente tem no MAM Zona da Mata e que, aparentemente, não tem por aqui é o direito de dizer não. É o território onde não existe mineração e que a gente luta para que a mineração não chegue, em prol da agroecologia e da agricultura familiar”.

Oscilene Gonçalves Magalhães, agente da Pastoral Familiar da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Mariana (MG)

“Já é a segunda vez que eu participo. Participei em Piranga, era até sobre a família, foi muito lindo, achei muito proveitoso. Esse Fórum, aqui em Carandaí, está muito bem assessorado. O crescimento espiritual está aqui”.

Darci Pereira de Carvalho, agente da Pastoral Familiar da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Mariana (MG)

Darci e Ocilene são casados e agentes da Pastoral Familiar. Foto: Thalia Gonçalves

“Essa é a terceira edição que participo. O 8º Fórum surge depois desse período de pandemia, então, as pessoas estão ansiosas para atualizar-se da situação e, principalmente, trocar experiências, porque há três anos nós ficamos desativados em relação a troca de experiências. Todo Fórum é uma reunião de pessoas com novas ideias ou reavaliando ideias antigas e isso nos permite uma autoavaliação como pessoas e também uma forma de compartilhar experiências adquiridas nesse período.”

 

Wesley Rodrigues – integrante da Pastoral Afro-Brasileira, de Mariana (MG)

Foto: Bruna Sudário

“Para mim, está sendo uma experiência fantástica. Esse é o meu terceiro Fórum. Em dois anos, após isolamento social, a gente poder voltar e debater temas que tem a ver com o território que a Arquidiocese atua é muito importante. Esse encontro é uma oportunidade para reoxigenar as energias, alimentar a fé e a luta para a justiça social, para a qualidade de vida do nosso povo que tem sofrido fortes ataques do grande capital com a mineração, sofrido também com a falta de teto. Então, o tema do Fórum vem de encontro com os anseios do povo ‘Terra, Teto e Trabalho’, ‘vida em primeiro lugar’”.

Edwiges Costa, integrante da Pastoral da Juventude, Paróquia São José, de Alto do Rio Doce (MG)

Foto: Bruna Sudário

A participação da juventude nesses espaços é de extrema importância até para trazer o debate das juventudes para esse meio social. Aqui, a gente discute sobre questões políticas, sobre o espaço que a gente ocupa. Então, o jovem está nesse espaço, trazendo a sua forma de pensar, agir no meio pastoral e no meio eclesial, é muito importante esta participação. E o Fórum, também, é um espaço para conhecermos outras pastorais, trazendo nossa identidade, nossa forma de viver, pensar e de agir”.

Maria de Fátima Lima de Brito Sabará, ativista do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), de Congonhas (MG)

Foto: Tiago Fernandes

“Estes momentos do Fórum reacende o compromisso que o MAB tem na luta do povo, na organização e no processo formativo de conscientização e de luta. Então, é muito importante a gente estar inserido no contexto diocesano, apesar de ser um movimento independente, porque é a oportunidade que a gente tem para ajudar neste processo formativo de conscientização política, comunitária e missionária”.

Magda de Fátima e Oliveira, agente da Pastoral Carcerária, de Carandaí (MG)

Foto: Bruna Sudário

“Pode-se dizer que o Fórum Social pela Vida é um espaço valioso para nós, pois fortalece e revigora as Pastorais, associações e movimentos eclesiais. É um momento ímpar, rico em participação e partilha. O tema e o lema, os eixos temáticos, os Grupos de Trabalho foram muito bem preparados e pensados. Foi um imenso prazer fazer parte deste momento”.

Philippe Diogo Alves da Silva, membro da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco, de Inconfidentes (MG)

“Na minha visão, que praticamente nasci dentro da Igreja Evangélica, pude ver no 8⁰ Fórum Social pela Vida um espaço de completo respeito ao religioso, às crenças, ao meio ambiente, ao outro e, principalmente, a o olhar para a dor do outro! O Fórum foi uma experiência indescritível, pois nele pude ver os movimentos sociais e de base junto a Economia de Francisco e Clara, construindo dentro da Igreja Católica uma forma de transformar a realidade tão desigual que assola nosso país e o mundo. Foi uma experiência muito bonita de se ver, compartilhar e vivênciar”.

Leonarndo Henrique Moura, Secretário do CNLB do Regional Leste 2, de Belo Horizonte (MG)

Foto: Arquivo pessoal

Estar no 8º Fórum Social pela Vida da Arquidiocese de Mariana é reafirmar a minha teimosia pela proposta por um Reino mais justo e fraterno na busca por justiça; é reafirmar o meu compromisso enquanto juventude inquieta, esse jovem que busca sonha por justiça e fraternidade, que busca construir essa cultura do bem viver. É estar em sintonia com os passos de Dom Luciano, o nosso saudoso Bispo de Mariana”.

Texto: Bruna Sudário e Thalia Gonçalves

Atualizado em: 30/11/2022 às 14h15