Segunda-feira, na oitava da Páscoa. Nos céus desta América Latina, torrão natal do Pastor universal da Igreja, a aurora se fazia presente. De Roma nos vem a infausta notícia: Morreu o Papa Francisco, às 7h15 locais. O Sol luminoso de sua Páscoa definitiva foi precedido pela Aurora luminosa, lembrando Maria Santíssima. De fato, na Basílica de Santa Maria Maior ele inúmeras vezes foi buscar proteção para as suas viagens e é lá que ele escolheu para ser sepultado.

“Em síntese, o Legado do Papa Francisco é ser fiel ao Evangelho”, na primeira entrevista aos canais de televisão, esta foi a declaração do Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos. Em seguida, o nosso Arcebispo recordou que esta fidelidade nos mostra que os mais vulneráveis têm prioridade no serviço que a Igreja presta à humanidade.

Qualquer abordagem sobre o Papa Francisco, por mais ampla que seja, estará sempre aquém da biografia de quem trouxe novos horizontes para uma Igreja cujos “pastores tenham o cheiro das ovelhas”.

Como sinais luminosos do Pontificado do Papa Francisco, podemos contemplar os principais documentos por ele publicados:

Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013): Um documento que enfatiza a alegria do Evangelho e o convite à Sua ação missionária, focando em temas como a pobreza, a justiça social e a evangelização.

Encíclica Laudato Si (2015): Uma encíclica que trata da importância do cuidado com o meio ambiente e com todos os seres humanos, propondo uma abordagem ecológica integral e uma reflexão sobre a relação entre Deus, a humanidade e a Terra.

Exortação Apostólica Amoris Laetitia (2016): Uma exortação que trata da família e do amor conjugal, oferecendo uma reflexão sobre as dificuldades e os desafios da família contemporânea, bem como a importância da pastoral familiar.

Exortação Apostólica Christus Vivit (2019): Uma exortação que se dirige aos jovens, destacando a alegria e a beleza do caminho da fé, e convida-os a participar ativamente na construção de uma sociedade mais justa e solidária.

“Dilexit nos” (2024): encíclica sobre o Sagrado Coração de Jesus. “Sic Deus dilexit mundum”, esta clássica expressão recorda-nos que “Assim Deus amou o mundo”, entregando a vida de Seu filho em resgate da humanidade, foi o motim que despertou o coração de Pastor do Santo Padre, o Papa Francisco, na publicação de uma de suas mais belas Encíclicas: “Dilexit nos” (Amou-nos), sobre o Sagrado Coração de Jesus.

“Amou-nos”, diz São Paulo referindo-se a Cristo (Rm 8, 37), para nos ajudar a descobrir que nada “será capaz de separar-nos” desse amor (Rm 8, 39). ” Assim começa a quarta Encíclica do Papa Francisco, dedicada ao amor humano e divino do Coração de Jesus: “O Seu coração aberto precede-nos e espera-nos incondicionalmente, sem exigir qualquer pré-requisito para nos amar e oferecer a Sua amizade: Ele amou-nos primeiro (cf 1 Jo 4,10). Graças a Jesus, “conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele” (1 Jo 4,16)” (Cf. A, nº 1). O teor profundamente teológico desta espiritualidade nos faz concluir que, de verdade, este é O LEGADO DE FRANCISCO.

Padre Paulo Dionê Quintão
Pároco e Reitor da Paróquia e Santuário Santa Rita de Cássia – Viçosa (MG)

Foto: Vatican News