Como respondo aos convites de Deus? Que espaço dou a Ele em meus dias? A qualidade da minha vida depende dos meus negócios e do meu tempo livre ou do meu amor pelo Senhor e pelos meus irmãos e irmãs, sobretudo pelos mais necessitados?
Foram as perguntas do Papa na alocução que precedeu o Angelus deste 28º Domingo do Tempo comum, 15 de outubro, ao comentar o Evangelho do dia, que nos fala de um rei que prepara um banquete de casamento para seu filho. Em sua reflexão, Francisco convidou-nos a dedicar tempo para Deus, que nos alivia e cura nosso coração.
O Santo Padre ressaltou ser o rei da parábola um homem poderoso, mas acima de tudo é um pai generoso, que convida a participar de sua alegria. Em particular, ele revela a bondade de seu coração no fato de que não força ninguém, mas convida a todos, mesmo que esse modo de agir o exponha à possibilidade de rejeição.
Observemos, continuou o Pontífice: ele prepara um banquete, oferecendo gratuitamente uma oportunidade de encontro, de festa. É isso que Deus prepara para nós: um banquete, para estarmos em comunhão com Ele e entre nós. E nós, todos nós, somos, portanto, os convidados de Deus. Mas um banquete de casamento requer tempo e envolvimento de nossa parte: requer um “sim”.
Esse é o tipo de relacionamento que o Pai nos oferece: chama-nos para estar com Ele, deixando-nos a possibilidade de aceitar o convite ou não. Ele não nos oferece uma relação de sujeição, mas de paternidade e de filiação, que é necessariamente condicionada por nosso livre consentimento.
Francisco evidenciou que sendo amor, o Senhor respeita ao máximo a nossa liberdade: Deus se propõe, não se impõe, nunca. Como sabemos, dessa parábola muito conhecida, os convidados rejeitam o convite. Eles não se importaram, pois pensaram em suas próprias coisas. E aquele rei que é pai, Deus, o que faz? Não desiste, continua a convidar, na verdade, estende o convite, até encontrar aqueles que o aceitam, entre os pobres. Entre eles, que sabem que não têm muito mais, muitos vêm, até encherem a sala.
Irmãos e irmãs, quantas vezes não atendemos ao convite de Deus porque estamos ocupados pensando em nossas próprias coisas! Muitas vezes lutamos para ter nosso próprio tempo livre, mas hoje Jesus nos convida a encontrar o tempo que nos liberta: o tempo para dedicar a Deus, que nos alivia e cura nosso coração, que aumenta a paz, a confiança e a alegria em nós, que nos salva do mal, da solidão e da perda de sentido.
O Papa concluiu sua reflexão lembrando que é bom estar com o Senhor e exortando-nos a abrir espaço para Ele em nossas vidas, porque vale a pena, disse, indicando-nos onde dar espaço para Deus.
É bom estar com o Senhor, abrir espaço para Ele. Onde? Na Missa, na escuta da Palavra, na oração e também na caridade, porque ao ajudar os fracos ou pobres, ao fazer companhia aos solitários, ao ouvir os que pedem atenção, ao consolar os que sofrem, estamos com o Senhor, que está presente nos necessitados. Muitos, porém, acham que essas coisas são “perda de tempo” e, por isso, fecham-se em seu mundo particular; e isso é triste.
Por fim, o Santo Padre pediu que Nossa Senhora, que com um “sim” abriu espaço para Deus, ajude-nos a não sermos surdos aos seus convites.