Por ocasião do ano dedicado à família com o qual a Igreja celebra os cinco anos desde a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco decidiu confiar a algumas famílias a preparação dos textos das meditações e orações da Via Sacra da Sexta-feira Santa deste ano.
A informação é do diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, que explicou tratar-se de famílias ligadas a comunidades e associações católicas de voluntariado e assistência. A partir dos temas escolhidos, as famílias se alternarão para levar a cruz entre as estações da Via Sacra.
Conforme anunciado em março, a Via Sacra voltará neste ano a ser realizada no Coliseu, depois de o rito ter sido realizado na Praça de São Pedro nos últimos dois anos, devido à emergência do coronavírus.
Em 2021, as meditações estiveram a cargo dos membros do Grupo Escoteiro Agesci “Foligno I” (Úmbria) e da Paróquia romana de Santos Mártires de Uganda. As crianças refletiram sobre os “pequenos grandes sofrimentos” que acompanham seu cotidiano: do medo do escuro ao do abandono, da vivência de seus limites, das provocações na escola, das brigas com os pais, até o medo infundido pela pandemia de Covid.
E precisamente no ano de propagação da emergência sanitária, 2020, foram os reclusos da prisão “Due Palazzi” em Pádua que redigiram as meditações da Via Sacra 2020. Em suas reflexões, a dor de uma família que havia perdido um ente querido por homicídio ou da filha de um homem condenado à prisão perpétua; o sofrimento da mãe de um detento e a esperança de um sacerdote acusado e depois absolvido definitivamente pela justiça, após oito anos de processo ordinário; a responsabilidade de uma educadora prisional e de um magistrado de vigilância; o trabalho de uma catequista, um frade voluntário, um policial penitenciário. Diversas situações da vida para compor uma Via Crucis que se tornou Via Lucis.