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Os clamores da terra e dos pobres foram destaques nas primeiras conferências do Fórum Social pela Vida

27 de setembro de 2019 Arquidiocese

Os clamores da terra e dos pobres foram os destaques das reflexões nas primeiras conferências do 7° Fórum Social pela Vida na manhã desta sexta-feira (27), em Barão de Cocais. Antes das primeiras falas, o arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, fez uma saudação aos participantes.

“Nesta acolhida, quero lembrar que o tema deste Fórum Social pela Vida da arquidiocese de Mariana tem uma importância muito grande. ‘A terra clama por justiça e os pobres, por direitos’, são coisas muito fortes. Aqui lembramos que quando se fala de justiça estamos falando de pessoas. Dizemos que a terra clama por justiça, porque as pessoas não estão tratando como devem aquilo que foi criado por Deus”, disse. Lembrando o evangelho, Dom Airton acrescentou, “se os meus discípulos deixarem de falar, as pedras falarão. Ou seja, a natureza clama, grita e nós temos que atender. Quando a gente mexe de modo negligente na natureza, ela cobra e cobra muito caro. Precisamos aprender a trabalhar com a natureza para que ela nos dê aquilo que Deus quer que ela nos dê”, afirmou o arcebispo.

Dom Airton também sublinhou que justiça e direito são coisas muito exigentes. “Precisamos entender essa duas palavras na perspectiva da fé. O que significa ser justo e o que significa direitos. É isso que o Fórum pretende ajudar a fazer. A descobrir o que significa direito e justiça em nossas relações. O direito não pode ser uma coisa individualista e nem a justiça pode ser uma coisa acima dos outros. Os direitos e a justiça regulam a nossa sociedade”, disse o arcebispo.

 A terra clama por justiça

Após a fala de Dom Airton foram iniciadas as conferências. O padre Nelito Dornelas, da Diocese de Governador Valadares, foi o responsável por trabalhar o tema “A terra clama por justiça”. Em sua fala, ele abordou sobre os problemas ambientais, a importância da educação e da catequese, dos pedidos do Papa Francisco na Laudato Si. Padre Nelito também alertou sobre a necessidade de repensar os hábitos de consumo.

“A terra clama e grita por justiça. Este grito já está sendo gritado a muito tempo”, iniciou padre Nelito em sua fala. “Vivemos em uma sociedade que está vivendo todas as crises. A crise política, a crise ambiental, a crise social, a crise ética. Eu diria que a crise climática é o maior clamor da terra. A terra está doente, está em coma, ela é uma mãe muito generosa. Mas quando ela se revolta, ela devora os seus filhos. O grande clamor é esse, a terra está devorando os seus filhos. Quando pensamos em catástrofes, em chuvas torrenciais em uma região, em derretimento das geleiras, estamos falando dessa resposta da terra”, disse.

Padre Nelito também afirmou que o Fórum Social pela Vida é um espaço de  conscientização, mobilização e articulação. “Aqui as pessoas se encontram, escutam experiências de outras pessoas e tomam consciência de que elas também podem fazer diferente em sua região”.

Citando o Papa Francisco, padre Nelito disse que as pessoas são semeadores da esperança. “Iremos voltar para casa com outros pensamentos, com outra forma de pensar o meio ambiente. Estamos aqui para fazer e provocar a mudança”, disse.

Os pobres clamam por direitos

A assistente social, Evaniza Lopes Rodrigues, foi a segunda conferencista do dia. Ela falou sobre os excluídos, a violência que mata e a meritocracia que ignora os direitos e o fato de todo ser humano ser igual.

“O principal direitos negado é o direito à vida. Quando falamos de vida em plenitude estamos falando de uma coisa integral. Hoje estão sendo negados os direitos mais básicos, que é uma vida saudável, a água, o ar, a reprodução da vida, a viver com segurança e dignidade”, disse Evaniza. Segundo ela, os cortes nas políticas públicas, na saúde e educação são ações que diminuem a vida. “Vivemos em uma sociedade pautada pelo lucro, onde a estrutura é montada para beneficiar alguns”, sublinhou.

Evaniza também acrescentou que o Fórum Social pela Vida é um espaço que reúne o povo e isso é muito importante. “Estamos cada vez mais isolados, ilhados cada um no seu mundo, nas suas atividades. Então, o Fórum coloca todos nós no mesmo lugar desenhando um projeto comum. O Fórum também nos traz esperança e nos exige. Ele cobra de nós, que sabemos que tudo está interligado, uma ação, uma mudança de atitude”, disse.

7º Fórum Social

Iniciado nesta quinta-feira (26), o 7º Fórum Social pela Vida está reunido cerca de 400 em Barão de Cocais. Além de representantes da arquidiocese de Mariana, o encontro acolhe representantes da arquidiocese de Belo Horizonte, de Juiz de Fora, e das dioceses de Itabira/Coronel Fabriciano, Caratinga e Governador Valadares. 

A programação do evento segue até o próximo domingo (29), quando será encerrada com a 2ª Romaria Dom Luciano pela vida.

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