sábado

, 03 de maio de 2025

ARTIGO: Padroeiro Universal da Igreja

02 de maio de 2025

O legado deixado pela Carta Apostólica “Patris Corde” (Com o Coração de Pai,) promulgada pelo saudoso Papa Francisco, fez crescer em toda a Igreja a filial devoção ao glorioso São José. A Bíblia o descreve como o Homem Justo. Ser Justo, Tsêdek em hebraico, significa corresponder a tudo o que se espera da pessoa. José correspondeu aos arcanos desígnios de Deus a seu respeito. Olhemos para a figura silenciosa e justa de José para nele contemplar o modelo de fidelidade. Deus quis contar com o seu SIM para concretizar o Projeto de Salvação em benefício de toda a humanidade.

Desejando confiar a Igreja à especial proteção do Santo Patriarca José, o Papa Pio IX declara-o “Patrono da Igreja Católica”, através do Decreto Quemadmodum Deus, de 8/12/1870. Há 155 anos, portanto! Mais tarde, a 15/8/1889, o Papa Leão XIII expõe os motivos de tal confiança: “As razões pelas quais o Bem-Aventurado José deve ser considerado especial Patrono da Igreja, e a Igreja, por sua vez, deve esperar muitíssimo da sua proteção e do seu patrocínio, provêm principalmente do fato de ele ser esposo de Maria e Pai legal de Jesus. José foi a seu tempo legítimo e natural guardião, chefe e defensor da divina Família. É algo conveniente e sumamente digno para o Bem-Aventurado José, portanto que, de modo análogo àquele com que outrora costumava socorrer santamente, em todo e qualquer acontecimento, a Família de Nazaré, também agora cubra e defenda com o seu celeste patrocínio a Igreja de Cristo”. (Leão XIII, Encíclica Quamquam Pluries, 177ss). São José é um mestre singular no serviço da missão salvífica de Cristo, que compete a todos os membros da Igreja.

Na Exortação Apostólica Redemptoris Custo sobre A Figura e a Missão de São José, São João Paulo II assegurou: “Chamado a proteger o Redentor, ‘José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa’ (Mt 1,24) ”.

“Inspirando-se no Evangelho, os Padres da Igreja, desde os primeiros séculos, puseram em relevo que São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja” (RC, 1).

Em 2020, por ocasião dos 150 anos da declaração do Esposo de Maria como Padroeiro da Igreja Católica, o Papa Francisco publicou a Carta Apostólica “Patris Corde – Com Coração de Pai”. Nela o então Pontífice, Papa Francisco, convidou a Igreja a estender seu olhar para a figura silenciosa e justa de José para nele contemplar os rostos anônimos dos profissionais da saúde e outras tantas pessoas que se imolavam no incansável cuidado com a vida dos enfermos em tempos da pandemia do COVID 19.

Homenagear os santos é cumprir o que nos pede a Bíblia, conforme Eclo 44,1-15: “Elogiemos os homens ilustres, nossos antepassados, em sua ordem de sucessão”. O Magistério da Igreja assim se refere a São José: “A expressão deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus, este período abrange os anos de vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: ‘Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso’ (Lc 2,51). Esta ‘submissão’, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como ‘filho do carpinteiro’, tinha aprendido o ofício de seu pai legal. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação, e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória litúrgica de São José Operário, a primeiro de maio”. (Idem, nº 22). Por isso, deu-lhe o título de PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA.

Padre Paulo Dionê Quintão, Pároco e Reitor da Paróquia e Santuário Santa Rita de Cássia, em Viçosa (MG)
Foto: Caio Amora

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