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“Papa Emérito Bento XVI deixa como legado a grande importância da fé católica no mundo”, disse o Arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, em homilia

06 de janeiro de 2023 Arquidiocese

A Catedral Basílica Metropolitana de Mariana ficou lotada de fiéis e religiosos, na noite de quarta-feira, 4 de janeiro, durante a celebração da Santa Missa em sufrágio do Papa Emérito Bento XVI, presidida pelo Arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, e concelebrada pelo Pároco e Reitor da Catedral, Padre Geraldo Buziani. Além disso, contou com a presença de padres da Arquidiocese. 

O Pároco Geraldo Buziani, em entrevista para a comunicação da Arquidiocese de Mariana, destacou que a celebração foi revestida de fé, gratidão e reconhecimento do trabalho realizado pelo Papa Emérito Bento XVI diante da Igreja.

“A celebração de hoje é muito importante porque a gente reza o sufrágio do Papa Emérito Bento XVI. Essa celebração, sendo realizada na Catedral (igreja mãe) e sendo presidida pelo Bispo, expressa a gratidão da igreja particular de Mariana pelo Papa Emérito Bento XVI, enquanto esteve à frente de nossa igreja e, ao mesmo tempo, reafirma a nossa comunhão, a comunhão dessa igreja particular, com o sucessor de São Pedro”, destacou.  

Na homilia da Santa Missa em sufrágio do Papa Emérito Bento XVI, o Arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, disse que o Papa Emérito Bento XVI, especialmente nos últimos dez anos que ele ficou como emérito, colocou em evidência a grande importância da fé católica no mundo. 

“A fé católica, a fé cristã, que vem do Evangelho, que sobreviveu na igreja até os dias de hoje, é essa fé que é importante para o mundo, juntamente com isso a igreja. A igreja no mundo não é uma associação, uma ONG, não é um grupo de pessoas que se reuniram por causa de alguma coisa, é um grupo a mais, a igreja tem uma missão que é só dela, que nenhum grupo religioso tem, que é anunciar Jesus Cristo, anunciar Jesus Cristo com aquilo tudo que é a pessoa Jesus Cristo, a sua vida, seus ministérios, sua pregação, sua morte e sua ressurreição. E lembrando desse legado do Papa Emérito Bento XVI, a igreja é sacramento de salvação, é sinal de salvação, é uma referência para humanidade, por isso que o critério da igreja não pode ser o critério do mundo, da sociedade, não pode ser um grupo de amigos só, tem que ser muito mais que isso, por isso que ela permanece por mais de dois milênios, por mais que na história as pessoas quiseram apagar a igreja, acabar com a igreja não conseguiram e, às vezes, se dependesse de nós ela acabaria logo mesmo, mas não depende de nós, a igreja é uma instituição divina criada por Jesus Cristo,  já estava no coração de Deus desde o princípio”, disse o Arcebispo de Mariana. 

Confira na íntegra o relato de Dom Airton José dos Santos sobre as lembranças que ele tem do Papa Emérito Bento XVI: 

Após a Santa Missa em sufrágio do Papa Emérito Bento XVI, em entrevista para a comunicação da Arquidiocese de Mariana, Dom Airton José dos Santos contou como foi o seu primeiro contato com Bento XVI. 

“O Papa Bento XVI é quem me transferiu de Mogi das Cruzes para Campinas, em 2012. Após um ano, em 2013, ele renunciou e entrou o Papa Francisco. Eu cheguei em Mogi das Cruzes e um ano depois o Papa João Paulo faleceu e foi eleito o Papa Bento XVI”, relatou. 

Dom Airton ainda lembrou “Visita ad limina Apostolorum”, a tradicional visita dos Bispos diocesanos aos sepulcros dos Apóstolos conservados na Cidade de Roma, onde ele encontrou o Santo Padre. 

“Eu fiz a Visita ad limina Apostolorum, que são os encontros que os Bispos fazem de cinco em cinco anos, para o Papa. E, nesse encontro, foi a última vez que aconteceu a reunião com o Papa de forma pessoal, era eu e o Papa só. Agora não, é uma reunião de todos os Bispos com o Papa. Meu encontro com o Papa Bento XVI foi pessoal”, recordou. 

Dom Airton ainda destacou os três pensamentos do Papa Bento XVI que são inspirações para a sua vida religiosa.

“Primeiramente, considerar que os bens da igreja são espirituais e materiais. O mesmo tratamento que a gente dá para os bens materiais deve ser dado para os bens espirituais e vice-versa. Por essa razão, não posso tratar a missa como negócio. Então, essa é a primeira coisa. O tratamento que se dá  para os bens espirituais rege o tratamento que nós damos para as coisas materiais”, disse. 

“Segunda coisa importante, a igreja se purifica na história, o Papa Bento XVI dizia que nós podemos chegar numa época em que a igreja vai ser um pequeno grupo, mas um grupo fiel, nós não vamos ter problema de fidelidade com o Evangelho”, destacou. 

“Terceira coisa importante, devemos manter aquilo que nós recebemos pelo batismo, na vida sacramental, na crisma, na eucaristia que a gente celebra. Tudo aquilo que fizermos será para o bem e não para o meu bem, e mesmo aquilo que eu faço para mim deve melhorar para o outro. Por exemplo, se eu me visto, se eu cuido da saúde, se eu não fico relaxado de qualquer jeito, por quê? Não é por vaidade, porque a vaidade me faz exagerar, aí eu entro na luxúria, entro em coisas que me fazem perder agora, se eu me conservo bem é para o bem do outro, porque senão as pessoas nem chegam perto de mim e eu tenho que ser um atrativo para os outros, as pessoas devem através da minha fé, através do que faço, devem procurar Jesus Cristo ou melhor devem encontrar Jesus Cristo”, explicou. 

Vale lembrar que na quinta-feira, 5 de janeiro,  mais de 50 mil pessoas lotaram a Praça de São Pedro, no Vaticano, para acompanhar o funeral do Papa Emérito Bento XVI, que morreu em 31 de dezembro de 2022, aos 95 anos. A cerimônia de despedida, sem precedentes na história da igreja católica, foi presidida pelo Papa Francisco. 

Para outras informações sobre o assunto basta acessar as notícias do site arqmariana.com.br 

Foto: Laura Pujatti