A Igreja concluiu no domingo, 29 de outubro, a primeira sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade com a missa presidida pelo Papa Francisco na Basílica de São Pedro.
Com a presença de cerca de cinco mil fiéis, a homilia foi especialmente dirigida aos cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos que, durante um mês, se viram empenhados na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a XVI Assembleia Geral Ordinária. O pedido do Pontífice, segundo a reflexão do Evangelho do dia (Mt 22, 36) sobre “o princípio inspirador de tudo”, foi de “crescer na adoração a Deus e no serviço do próximo”.
De fato, quando nos interrogamos sobre «Qual é o maior mandamento?» (Mt 22, 36), explica o Papa, a resposta de Jesus é clara: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo» (Mt 22, 37-39). Com a conclusão do Sínodo, “é importante fixar o «princípio e fundamento», do qual uma vez e outra tudo começa: amar a Deus com toda a vida e amar o próximo como a si mesmo”. Mas, questiona o próprio Papa, como traduzir tal impulso de amor? Francisco propõe “dois verbos, dois movimentos do coração”: adorar e servir.
A adoração “é a primeira resposta que podemos oferecer ao amor gratuito” de Deus e, infelizmente, neste momento, disse o Papa, “perdemos o hábito da adoração”: “esta maravilha própria da adoração é essencial na Igreja”.
Mas, alerta Francisco, na Sagrada Escritura, o amor ao Senhor aparece frequentemente associado à luta contra toda a idolatria, porque os ídolos são obras do homem: “quem adora a Deus rejeita os ídolos, pois, enquanto Deus liberta, os ídolos tornam-nos escravos”.
O segundo verbo proposto pelo Papa é o servir, como acontece no mandamento maior, já que “Cristo liga Deus e o próximo, para que não apareçam jamais separados. Não existe uma experiência religiosa que seja surda ao grito do mundo, uma verdadeira experiência religiosa. Não há amor a Deus sem envolvimento no cuidado do próximo”. Assim, a reforma da Igreja deve ser conduzida através da adoração e do serviço:
“Adorar a Deus e amar os irmãos com o seu amor, esta é a grande e perene reforma. Ser Igreja adoradora e Igreja do serviço, que lava os pés à humanidade ferida, acompanha o caminho dos frágeis, dos débeis e dos descartados, sai com ternura ao encontro dos mais pobres. […] Irmãos e irmãs, penso naqueles que são vítimas das atrocidades da guerra; nas tribulações dos migrantes, no sofrimento escondido de quem se encontra sozinho e em condições de pobreza; em quem é esmagado pelos fardos da vida; em quem já não tem mais lágrimas, em quem não tem voz.”
Assim, com a conclusão da Assembleia Sinodal, nesta «conversação do Espírito», disse o Papa, a experiência foi rica da “terna presença do Senhor”, da “beleza da fraternidade”, sempre “à escuta do Espírito. Hoje não vemos o fruto completo deste processo”, comentou ainda o Pontífice, mas o Senhor deverá guiar e ajudar todos “a ser Igreja mais sinodal e missionária, que adora a Deus e serve as mulheres e os homens do nosso tempo, saindo para levar a todos a alegria consoladora do Evangelho”:
No sábado, foi divulgado o documento síntese da assembleia, iniciada no dia 4 de outubro.
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Texto: Andressa Collet – Vatican News
Foto: Vatican Media