terça-feira

, 13 de maio de 2025

Paróquia da cidade de Sem Peixe apresenta encaminhamentos ao Poder Público da CF 2025 e dos plenários dos Grupos de Reflexão

13 de maio de 2025

A Paróquia São Sebastião, na cidade de Sem Peixe (MG) apresentou ao Legislativo e ao Executivo, dia 22 de abril, encaminhamentos do encontro de formação sobre a Campanha da Fraternidade 2025 (CF 2025), que debate o Tema: Fraternidade e Ecologia Integral e o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31) e dos plenários dos Grupos de Reflexão realizados na paróquia.

O local do encontro foi na Câmara dos Vereadores e segundo o pároco, Padre José Geraldo da Silva (Padre Juquinha), o objetivo é discutir com as autoridades municipais os encaminhamentos do estudo sobre a Campanha da Fraternidade e dos Plenários dos Grupos de Reflexão, alertando-os que a natureza não deve ser vista como algo separado da sociedade, mas como parte de um todo.

“Estamos diante de uma única crise socioambiental. A busca de solução para os problemas ambientais e sociais deve ser integral. A dignidade de cada pessoa está relacionada com a relação com os outros e com o mundo, daí a importância de trabalhar a ética do cuidado, a cooperação e a reciprocidade, pois tudo está interligado”, afirma Padre Juquinha.

Ele acrescenta ainda, que a Ecologia Integral é feita de pequenos gestos cotidianos, que quebram a lógica da violência, da exploração e do egoísmo, conforme as palavras de Dom Moacyr Grechi, na abertura do 12º Encontro das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), em Porto Velho (RO), em julho de 2009:Gente simples fazendo coisas pequenas em lugares menos importantes conseguem mudanças extraordinárias”.

Em seguida, o documento foi lido e entregue para todas as autoridades presentes, contendo as seguintes observações.

Uso de Agrotóxicos
O uso de agrotóxicos tem causado sérios danos ao meio ambiente e à saúde da população. A contaminação das nascentes e a perda da biodiversidade são problemas alarmantes. Muitos agricultores desconhecem os impactos de curto e longo prazo desses produtos e os utilizam de forma indiscriminada. Sugerimos que o município adote medidas rigorosas de fiscalização, além de promover capacitação para os produtores sobre práticas sustentáveis, como o uso de biofertilizantes e defensivos naturais. Ademais, propomos a criação de um projeto de lei para proibir o uso desses produtos, protegendo áreas sensíveis e garantindo um controle mais eficaz por parte das autoridades municipais.

Pontos de Coleta de Lixo na Zona Rural
A falta de locais adequados para o descarte de resíduos tem levado ao acúmulo de lixo em terrenos baldios e cursos d’água, causando impactos ambientais e sanitários. Muitos moradores não têm onde descartar corretamente seus resíduos, uma vez que a coleta municipal não abrange todas as áreas rurais. Como solução, sugerimos a instalação de pontos de coleta estratégicos, de fácil acesso e com manutenção regular. Além disso, campanhas educativas podem orientar a população sobre a separação e reciclagem do lixo.

Reflorestamento e Proteção de Nascentes
A degradação das nascentes compromete o abastecimento de água da região. O desmatamento para uso agropecuário e a erosão do solo são os principais fatores desse problema. Para combatê-lo, propomos incentivar técnicas como a construção de barraginhas para retenção da água da chuva e a recuperação das matas ciliares ao redor das nascentes. A Prefeitura poderia firmar parcerias com organizações ambientais para obter suporte técnico e financeiro para projetos de reflorestamento.

Tratamento de Esgoto na Zona Rural
A ausência de um sistema eficiente de tratamento de esgoto resulta na contaminação do solo e dos recursos hídricos. Uma alternativa acessível e sustentável é a implementação de fossas sépticas com bananeiras (TEVAP), que utilizam plantas para tratar os resíduos de forma natural. O município poderia criar um programa de incentivo para essa solução, oferecendo suporte técnico e, se possível, auxílio financeiro para a adoção desse modelo de saneamento.

Educação Ambiental
A conscientização da população é fundamental para minimizar os impactos ambientais. A distribuição de cartilhas informativas sobre o prejuízo e contaminações pelo uso de agrotóxicos, o descarte correto de resíduos e a conservação ambiental seria um passo inicial. Além disso, palestras e workshops com especialistas poderiam difundir conhecimentos práticos para a comunidade. O município poderia promover essas ações em parceria com escolas, associações comunitárias e feiras agrícolas.

Proliferação de Cobras no munícipio de Sem Peixe
Ultimamente aumentou demasiadamente no munícipio o aparecimento de Cobras, da espécie Cascavel, matando animais como: bois, cachorros, etc. e, ainda, já foram encontrados esses animais dentro das casas, terreiros e terrenos baldios. Portanto solicitamos, que o poder público acompanhe e investigue esta questão com urgência, adquirindo para o Posto de Saúde o soro antiofídico, pois se alguém vier a ser atingido poderá ser socorrido imediatamente.

Implantação do Orçamento Participativo popular, comunitário e deliberativo no munícipio
Na elaboração do próximo Plano Plurianual (PPA), solicitamos que as Comunidades e a Sociedade Civil Organizada possam apresentar suas demandas de acordo com a sua realidade, para que possam ajudar na construção de Políticas Públicas.

A comunidade paroquial coloca-se à disposição para dialogar e colaborar na viabilização dessas ações, visto que essas medidas resolveriam muitos problemas atuais e garantiriam um futuro mais sustentável para a região.

Logo após, houve um debate sobre as questões apresentadas entre o Poder Público e os membros da Comunidade, mostrando a importância da Campanha da Fraternidade e os pontos apresentados.

Por fim, foi agendada uma próxima reunião para o dia 24 de junho de 2025, às 18h, no mesmo local, o qual o legislativo e o executivo apresentarão as soluções práticas de todas as questões levantadas pela comunidade.

Texto: Paróquia São Sebastião – Adaptado.
Fotos: Marcelo Souza.

Veja alguns registros do encontro:

 

VEJA TAMBÉM