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Pastorais da Criança e do Menor se junta à campanha do Dia Nacional do Enfrentamento ao Abuso à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente

20 de maio de 2024 Arquidiocese

Imagem: Reprodução do site Maio Laranja

Chamado de maio laranja, durante este mês, acontece no Brasil uma mobilização que visa dar visibilidade ao combate ao abuso e à exploração sexual infantil no país. O centro dessa ação acontece no dia 18 de maio, Dia Nacional do Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Por ocasião dessa data, ocorrida no último sábado, o Assessor Arquidiocesano das Pastorais da Criança e do Menor, Padre Dário Chaves Pereira, escreveu um artigo visando fortalecer os grupos de luta.

Confira na íntegra:

 

No coração dos pais e da sociedade

Já faz alguns anos que a data de 18 de maio é dia de luta em favor da garantia de direitos para que todas as crianças e adolescentes se sintam e estejam, de fato, protegidas na sua integridade física, na família e no conjunto de toda a sociedade.

No Brasil, essa data, é chamada de Dia Nacional do Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e é uma luta urgente porque as crianças e adolescentes vivem no coração dos pais e no conjunto de toda a sociedade.

Os pais, sejam biológicos ou adotivos, têm o sagrado compromisso de cuidar dos filhos, com carinho e amor, protegendo e ensinando o que significa paternidade e maternidade responsáveis e a importância do conhecimento e da prática dos valores que constroem a dignidade da vida no respeito a si e ao próximo.

A sociedade, porém, se constrói no conhecimento e na consciência dos sujeitos e na forma como esses agem, se expressam e se comunicam. Por isso, é necessário ter clareza se suas ações são justas e conscientes e se suas formas de comunicar não são violentas, mas pacíficas e lúcidas, favorecendo o crescimento e o desenvolvimento pleno das pessoas. Então, a sociedade precisa assumir os Direitos da Criança e do Adolescente como prioridade absoluta.

Entende-se que a responsabilidade de erradicar todas as formas de abusos e vulnerabilidades é de toda a sociedade e todos devemos lutar por isso no uso do exercício da nossa cidadania e na dimensão da fé assumir esse compromisso como fruto do nosso seguimento a Jesus Cristo. Neste sentido, é que a Igreja não abre mão desta missão na condição de discípula buscando seguir Jesus Cristo que inaugurou no mundo o Reino de Deus e estabeleceu que o Reino pertence às crianças (Cf. Mc 10, 14).

Precisamos estar atentos, unidos e comprometidos para prevenir e libertar as crianças e adolescentes de quaisquer formas de constrangimentos e de exploração que ameaçam a sua dignidade e o seu desenvolvimento integral. É necessário manter todos os cuidados observando às realidades locais onde as crianças e adolescentes vivem e convivem no dia a dia.

Manifestamos nossa gratidão a todas as pessoas de boa vontade no cuidado com a vida como compromisso missionário pela vida. Expressamos nossa admiração e reconhecimento a todos os que têm o cuidado com as crianças e adolescentes expresso   no exercício dos seus ofícios de fazer cumprir as leis em favor da vida. Gratidão para com todas as pessoas comprometidas com a causa da justiça e da paz pela efetivação da “amizade social” proposta pelo Papa Francisco e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Campanha da Fraternidade deste ano de 2024.

Que sejam profícuas as parcerias entre a Pastoral do Menor e as demais pastorais, bem como os Conselhos de Direitos em todos os níveis incluindo Tutelares, Ministério Público, Defensores Públicos, os Juizados da Infância, Juventude e Família, as Secretarias de Ação e Assistência Social, as autoridades governamentais e não governamentais e demais autoridades civis e militares que permanecem unidos pelo bem comum para a garantia de Direitos e a Lucidez no incentivo dos deveres como aprendizado na Escola de vida e cidadania.

Recordamos que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instrumento eficaz no conjunto do sistema de garantia de Direitos, no seu art. 6º ressalva que as Crianças e Adolescentes se encontram, nesta fase da vida, na “condição peculiar de pessoas em desenvolvimento”.

Nos inspiramos profundamente na palavra do Evangelho de Cristo que diz: “Eu vim para que todos tenham vida e vida plena” (Jo 10,10). E, em Lucas, que diz que junto com seus pais, em Nazaré, “Jesus crescia em sabedoria, em estatura e graça, diante de Deus e dos homens (Lc 2, 52).

Trazemos uma Palavra do Papa Francisco, sobre a virtude da esperança, extraída da Bula “Spes non confundit”: “a esperança não engana” em referência ao apóstolo Paulo em suas Cartas: (Rm 5,5) e (1Tm 1,1), nos exortando para o anúncio de Cristo como “nossa esperança”. No número 7 dessa Bula, o Papa nos ensina a procurar os sinais dos tempos à luz do Evangelho e do Concílio Vaticano II e nos alerta para não cairmos na tentação de nos considerarmos subjugados pelo mal e pela violência, mas prestarmos atenção a tanto bem que existe no mundo. O pontífice nos chama a refletir sobre os sinais dos tempos, dizendo: “os sinais dos tempos, que contêm o anélito do coração humano, carecido da presença salvífica de Deus, pedem para ser transformados em sinais de esperança”.

Pe. Dario Chaves Pereira
Assessor da Pastoral da Criança e do Menor na Arquidiocese de Mariana
Assessor da Pastoral do Menor no Regional Leste 2 da CNBB