O drama enfrentado pelas famílias atingidas pela mineração, em especial as famílias de Congonhas (MG), será abordado no livro de poesias “O trem é outro”. O organizado pelo padre Antônio Claret e produzido pela Editora Dom Viçoso, o livro será lançado virtualmente nesta terça-feira, 21 de julho, às 19h. A programação de lançamento será iniciada com uma missa na matriz de Nossa Senhora da Conceição.
“Hoje, Congonhas tem cerca de 5 mil pessoas que moram na área de risco da barragem Casa de Pedra. Essa barragem que acumula 107 milhões de toneladas de rejeitos de minério, uma coisa bastante séria, que gera inúmeros problemas. O livro reúne poemas a partir da experiência com essas pessoas. A partir das nossas observações, os poemas foram produzindo. Não sou o autor exclusivo, mas essa é uma experiência pessoal e coletiva” explica padre Claret.
Segundo ele, a proposta do título remete a uma sociedade sem exploração. “Em Minas, a palavra trem é utilizada para muitas coisas. Temos esse trem que leva o minério, ele passa cotidianamente em Congonhas. Ele leva o mineiro, que significa a exploração de um bem natural, a exploração de trabalhadores. Ele leva esse minério embora e esse trem simboliza a exploração, que é um problema da humanidade. Mas a frase ‘esse trem é outro’ significa outra perspectiva, trem é outro no sentido de que o povo precisa usufruir daquilo que é produzido pelo povo e daquilo que é um bem do povo. O trem é outro significa também uma sociedade sem exploração”, disse.
A ilustração da capa foi pensada por uma militante do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB). “A imagem foi produzida a partir de uma foto do MAB, que traz essa perspectiva da organização. O trem é outro é essa organização que conquista uma sociedade justa”, ressalta padre Claret.
O lançamento do livro será transmitido pelo canal do YouTube da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.