Em clima de partilha, alimentando a fé e a luta do povo, foi realizada na manhã do 1° de maio a XXVII Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Urucânia, Região Pastoral Mariana Leste. Cerca de 2.200 romeiros participaram deste ato que marca o dia dos trabalhadores na Arquidiocese.
“Viemos dos vários lugares para participar da XVII Romaria Arquidiocesana dos Trabalhadores e Trabalhadoras. A Romaria envolve os grupos eclesiais, as entidades, as associações, os movimentos sociais da nossa arquidiocese. Este é um espaço de formação popular, um espaço que alimenta as nossas lutas por vida e dignidade, para o trabalhador e para a trabalhadora”, ressaltou o coordenador da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago.
Para Pedro Simão, de Coimbra, a Romarias é espaço de renovar as esperanças para a evangelização. “Eu participo da romaria desde 2013 e para mim participar desta caminhada significa a evangelização dos nossos irmãos. Pois, aqui eu ganho mais força para voltar para a minha comunidade e continuar evangelizando nessa luta da Igreja em saída”, afirmou.
Espaço de reflexão
O desemprego e às reformas em curso no país, de modo especial, as reformas trabalhista e previdenciária foram alguns dos pontos de reflexão da Romaria. “É a organização que nos leva a conseguir aquilo que desejamos, como dignidade e vida para todo o povo. Com o nosso tema e lema, ‘Trabalhadores e Trabalhadoras em defesa da vida. Organizar o povo para salvar o Brasil’, queremos refletir nesta romaria sobre a realidade triste do desemprego e sobre este pacote de maldade de reformas do atual governo, voltado para a economia, para o capital e contra os trabalhadores e as trabalhadoras. É o conjunto de medidas que tira direitos e conquistas sociais, trazendo mais exclusão social”, disse padre Marcelo.
Segundo Maria José, da Comissão Arquidiocesana de Articulação da Pastoral Afro Brasileira, a tradicional Romaria do dia 1º de maio significa que a Igreja, particularmente a Arquidiocese de Mariana, tem um posicionamento firme e consciente em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras. “Precisamos garantir que o trabalho seja instrumento de dignidade e não de exploração da pessoa. Por isso, precisamos unir forças e organizar o povo para conquistar uma sociedade sem explorados e sem exploradores, onde haja justiça e igualdade de direitos”, explicou.
Após a caminhada pelas ruas da cidade, todos participaram da missa no Santuário de Nossa Senhora das Graças, que foi presidida pelo padre Marcelo e concelebrada por outros padres da arquidiocese. No final da celebração, o vigário episcopal da Região Leste, cônego Lauro Versiani, leu a carta da CNBB aos trabalhadores de todo o Brasil.
Padre Dário Chaves, anfitrião da Romaria, agradeceu a presença a de todos os romeiros, dos presbíteros presentes e de todos os envolvidos, que colocaram os seus dons a serviço desta romaria.