Diante de uma Praça São Pedro lotada, o Papa Francisco concedeu a honra dos altares à Irmã Dulce dos Pobres, primeira mulher brasileira a ser declarada santa.
Antes dela, apenas uma outra mulher, Santa Paulina, nascida na Itália e radicada no Brasil, havia recebido o título de santa brasileira, além de outras cinco mulheres, mártires de Cunhaú e Uruaçu, mortas em 1645, no Rio Grande do Norte.
Junto com Irmã Dulce, a Igreja ganhou mais quatro santos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan e Marguerite Bays.
Diversas autoridades estiveram presentes na cerimônia, entre elas o vice-presidente da República, General Hamílton Mourão e sua esposa, o príncipe Charles da Inglaterra, entre outros. Na comitiva brasileira também estiveram presentes os presidentes do Senado e da Câmara, David Alcolumbre e Rodrigo Maia; Rui Costa, governador da Bahia, e ACM Neto, prefeito de Salvador.
Na fórmula de canonização, o Papa Francisco disse o seguinte:
“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, depois de refletir por muito tempo, ter invocado a ajuda divina e ouvido a opinião de muitos Irmãos no Episcopado, declaramos e definimos Santos os beatos John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel Mankidiyan, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bays, e os inscrevemos no registro dos santos, estabelecendo que em toda a Igreja eles sejam devotamente honrados entre os santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
“Caridade maternal e carinhosa”: a biografia de Santa Dulce dos Pobres
No início da cerimônia, o cardeal Angelo Becciu falou sobre a biografia de Irmã Dulce:
“Irmã Dulce concretizou plenamente a sua ação caritativa com a fundação de uma associação de obras sociais e a construção de uma casa de acolhimento, o ‘Albergue Santo Antônio’. Sua caridade era maternal, carinhosa. A sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e do Alto recebia forças e recursos para dar vida a uma maravilhosa atividade de serviço aos últimos. Os últimos meses da vida da Beata estiveram marcados pela doença, que enfrentou com serenidade e completo abandono nos braços do Senhor. Em 13 de março de 1992, Irmã Dulce faleceu em São Salvador da Bahia, nimbada de grande fama de santidade. Em 3 de abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu a heroicidade das suas virtudes e, em 22 de maior de 2011, celebrou-se o rito de sua Beatificação.”
A canonização de Irmã Dulce havia sido anunciada em maio de 2019, após o reconhecimento de um segundo milagre atribuído à intercessão do ‘Anjo Bom da Bahia’, como Irmã Dulce é conhecida entre seus devotos. O milagre anterior havia sido reconhecido em 2010, servindo como causa de sua beatificação.
Fonte: A12