quarta-feira

, 04 de junho de 2025

Santa Isabel de Aragão é instituída padroeira da Câmara Municipal de Mariana

02 de junho de 2025 Arquidiocese

Santa Isabel de Aragão foi instituída como padroeira da Câmara Municipal de Mariana na última segunda-feira, dia 26 de maio. Este ato resgata uma tradição entre o poder legislativo municipal e a Arquidiocese de Mariana, que, por séculos, celebraram conjuntamente em honra à caridosa rainha de Portugal.

Em 1711, foi escolhido o dia de Santa Isabel de Aragão, 4 de julho, para a primeira eleição livre de Minas Gerais, fazendo da ocasião o aniversário da casa legislativa. Neste ano, na mesma data, será celebrada a Santa Missa em honra a Santa e à Câmara de Mariana.

A Celebração Eucarística ocorrerá na Igreja de São Francisco de Assis, localizada na Praça Minas Gerais, e pertencente à Paróquia Nossa Senhora da Assunção.  A solenidade também fará memória a José Pereira Arouca, mestre de obras do templo e notável figura política da Primaz de Minas no século XVIII.

Altar de Santa Isabel de Aragão na Igreja de São Francisco de Assis, em Mariana (MG).

“Creio que a celebração desse dia é uma oportunidade rica de rememorar e reforçar os valores cristãos na nossa cidade de Mariana, especialmente nessa parceria entre a Ordem Franciscana Secular e a Câmara Municipal de Mariana”, destaca Padre Geraldo Buziani, Pároco e Reitor da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, em Mariana (MG).

Durante a reunião que aprovou a instituição da padroeira, o vice-ministro da Ordem Terceira Franciscana, Luciano Santos, relembrou que devido a circunstâncias acarretadas pela 2ª Guerra Mundial, Mariana (MG) havia perdido o costume de festejar Santa Isabel de Aragão. A última Missa foi realizada em 1936, presidida pelo então Arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira.

A vida de Santa Isabel de Aragão

Isabel de Aragão, também muito conhecida por Rainha Santa Isabel, é uma das figuras mais reverenciadas da história de Portugal. Nascida em 1271, em Zaragoza, Espanha, foi uma mulher cuja vida e ações deixaram um legado duradouro de piedade, caridade e pacificação.

Isabel nasceu em uma família real espanhola, filha de Pedro III de Aragão e Constança de Sicília. Desde cedo, ela demonstrou uma profunda devoção religiosa, sendo educada na fé cristã. Aos 12 anos, Isabel casou-se com o rei D. Dinis de Portugal, tornando-se rainha consorte. Apesar de um casamento arranjado, Isabel assumiu com seriedade e dedicação suas responsabilidades como rainha.

Durante seu reinado ao lado de D. Dinis, Isabel destacou-se por suas obras de caridade e pela promoção da paz. Ela fundou hospitais, albergues e outras instituições de caridade, demonstrando uma preocupação constante com os mais necessitados. Além disso, Isabel era conhecida por sua humildade e simplicidade, muitas vezes se envolvendo pessoalmente no cuidado dos doentes e pobres.

Um dos episódios mais famosos de sua vida é o “Milagre das Rosas”. Reza a lenda que, durante um rigoroso inverno, Isabel saía do palácio para levar pão aos pobres, escondendo-o em seu manto. Ao ser confrontada por seu marido, que desconfiava de suas ações, Isabel revelou o conteúdo de seu manto e, milagrosamente, os pães transformaram-se em rosas.

Após a morte de D. Dinis, em 1325, Isabel retirou-se para o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, onde viveu como terciária franciscana. Mesmo após se retirar da vida pública, continuou suas obras de caridade e sua devoção religiosa.

Santa Isabel faleceu em 4 de julho de 1336, em Estremoz, enquanto tentava mais uma vez mediar a paz, desta vez entre seu filho Afonso IV e o rei de Castela. Seu corpo foi enterrado no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde ainda hoje é venerado.

Em 1625, quase três séculos após sua morte, Isabel foi canonizada pelo Papa Urbano VIII, sendo reconhecida oficialmente como santa pela Igreja Católica. Sua festa litúrgica é celebrada em 4 de julho.

O legado de Santa Isabel de Portugal é marcado por sua caridade, humildade e dedicação à paz. Sua vida serve de inspiração para muitos, mostrando que a verdadeira nobreza reside na capacidade de servir aos outros e promover a harmonia.

A Rainha Santa Isabel permanece uma figura emblemática da história de Portugal, lembrada não apenas como uma rainha, mas como uma santa cujas ações e milagres transcenderam seu tempo.

Com informações de Irmãs Hospitaleiras
Fotos: Eduardo da Costa