Dois eventos da fase continental do Sínodo sobre a Sinodalidade foram concluídos na última sexta-feira, 17 de fevereiro. Em San Salvador, capital de El Salvador, foi realizado primeiro dos quatro encontros da América Latina e do Caribe. E em Bethânia – Harissa, no Líbano, ocorreu a Assembleia Sinodal Continental das Igrejas Católicas no Oriente Médio.
O Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) organizou quatro encontros para a fase continental do Sínodo na região de sua abrangência. O primeiro compreendeu o México e os países da América Central. A sede foi a terra de São Oscar Romero, El Salvador.
O encontro seguiu o método da conversa espiritual, que segundo irmã Maria Dolores Palencia, facilitadora do encontro, “quer nos conduzir a um profundo discernimento e nos ajuda a escutarmo-nos uns aos outros sem debater, sem responder, sem nos querer convencer, e a permitir que esta escuta entre no nosso coração e nos faça mover algo no nosso coração através das palavras de todos”.
O arcebispo de Trujillo, no Peru, e presidente do Celam, dom Miguel Cabrejos, ressaltou a presença do Espírito Santo, decisiva nas atividades, “pois sem ele estes encontros eclesiais não seriam possíveis, ele ilumina-nos, inspira-nos, fortalece-nos”.
A partir das partilhas de experiências pastorais na região, surgiram indicações para continuar a procurar os meios para ouvir mais os jovens, para lembrar que as mulheres têm uma contribuição a dar, o cuidado das famílias, a centralidade de Jesus Cristo nesse caminho, a importância de uma oração enraizada na realidade e que tenha em conta os sinais dos tempos, a atenção e a escuta das periferias, daqueles que estão longe, abrindo-lhes espaço para os acolher.
Também foi apontada a necessidade de uma Teologia da Ministerialidade Batismal e da incorporação na Igreja de mecanismos e estruturas que permitam continuar a viver e a avançar a sinodalidade, com maior participação dos leigos e das mulheres nos espaços de decisão.
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O evento no Líbano reuniu as sete Igrejas da região, representadas pelos patriarcas e delegações provenientes do Egito, Síria, Jordânia, Terra Santa, Iraque, Líbano e Estados do Golfo. Também estiveram presentes o secretário geral do Sínodo, cardeal Mario Grech; o relator geral da próxima Assembleia Geral do Sínodo, cardeal Jean-Claude Hollerich; e a subsecretária da Secretaria Geral do Sínodo, irmã Nathalie Becquart.
No documento, os participantes destacaram elementos positivos que unem as Igrejas e estabelecem a sua presença como Igreja de esperança nos países do Oriente Médio, “apesar de ser uma presença no coração das adversidades, como uma Igreja que desafia uma realidade que se impõe”.
Também foram reforçadas as intuições que surgiram das escutas: Unidade na diversidade, a importância do papel e da missão da mulher na Igreja e sua participação no processo de tomada de decisão e no serviço, apelo a um ecumenismo criativo e renovado e o estímulo ao diálogo ecumênico. Ganharam destaque também o pedido para “a missão, o testemunho e as estruturas renovadas para uma Igreja mais sinodal”, assim como “uma pastoral especializada para as famílias, mulheres e jovens”.
A declaração final também destacou “a importância dos meios de comunicação e da cultura digital como uma ferramenta de comunicação eficaz nas mãos da Igreja para transmitir sua mensagem de maneira mais completa”.
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Os dois encontros foram momentos de oração por realidades próprias enfrentadas pela Igreja em cada região. Na América Latina, preces pela situação de cristãos presos e deportados na Nicarágua. Já no Oriente Médio, os participantes se concentraram nas consequências do terremoto, “evento doloroso e comovente” e elevaram “orações diárias pelas vítimas, feridos e deslocados nas áreas afetadas”.
Texto: CNBB