domingo

, 22 de dezembro de 2024

Último dia do Simpósio é marcado pela apresentação dos GTs do projeto “Memória”

03 de março de 2021 Arquidiocese

Aconteceu neste sábado (27), o último dia do Simpósio Filosófico-Teológico promovido pela Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM), em parceria com o Instituto Teológico São José (ITSJ) e a Arquidiocese de Mariana. À ocasião, foram apresentados as comunicações dos Grupos de Trabalho (GT ‘s) do projeto “Memória”.

Com o tema “Os 270 anos do Seminário de Mariana: dimensão artístico-literária”, o evento tem como objetivo continuar a temática dos trabalhos iniciados no ano passado, sobre os 270 anos da instituição, celebrados no dia 20 de dezembro de 2020. O diretor acadêmico da Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM) e coordenador do projeto, o padre Edvaldo Antônio de Melo, ao destacar a importância dessa temática para a história do Seminário, afirma que “uma coisa é a história, e outra é a consciência dessa história”. 

“Neste sentido, penso que o Simpósio nos ajudou a tomar consciência do valor e da importância desse patrimônio histórico, artístico e cultural que a Arquidiocese de Mariana conserva”, ressalta. Ainda de acordo com o padre Edvaldo, a FDLM sempre se interessou pelos assuntos relacionados à arte, especialmente, por estar localizada na Região dos Inconfidentes que abrange as cidades históricas mineiras de Ouro Preto e Mariana. 

Sobre o projeto “Memória”

Segundo o reitor do Seminário Arquidiocesano São José, o Monsenhor Celso Murilo Sousa Reis, o projeto “Memória” surgiu por iniciativa dos seminaristas da Teologia, em 2019, com o objetivo de resgatar elementos significativos da história do Seminário de Mariana em vista da celebração dos 270 anos. Aos poucos, foi envolvendo também os seminaristas da Filosofia, os padres formadores e os alunos e ex-alunos através de entrevistas e atividades interativas, sob a coordenação do padre Edvaldo e incentivo do então reitor do Seminário, Monsenhor Valter Magno de Carvalho, hoje, Dom Valter, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. “Houve um envolvimento expressivo dos seminaristas da Filosofia e da Teologia, que muito se dedicaram nos diversos Grupos de Trabalho (GTs), apesar das dificuldades geradas pelo prolongado tempo de pandemia, que limitou as possibilidades de pesquisa das fontes e atrasou o processo de sistematização dos resultados”, pontua. 

“Mesmo assim, na minha opinião, o saldo foi altamente positivo. Foram resgatados vários aspectos da caminhada do Seminário, possibilitando o conhecimento do nosso passado para compreender melhor a realidade presente e renovar o ânimo para continuar construindo esta história de superação e de compromisso com Jesus Cristo e a Igreja. Todo o trabalho realizado contribuiu para manter viva a memória, fortalecer a identidade e apresentar testemunhos edificantes que nos encorajam a enfrentar os desafios atuais, na linha da fidelidade e da criatividade. Acredito que foi uma experiência marcante não só para os que se envolveram diretamente no processo, mas também para nós que acompanhamos os resultados compartilhados durante o simpósio. Particularmente fiquei muito feliz com a motivação e a participação dos seminaristas e a competência e dedicação dos coordenadores do projeto”, avalia o Monsenhor Celso.  

De acordo com o padre Edvaldo, foram criados nove Grupos de Trabalho (GT’s) para o desenvolvimento das diversas ações do projeto: Álbum de Memórias, Linha do Tempo, Música Sacra, Crônicas, Patrimônio Histórico e Artístico no Seminário São José, Grandes Personalidades nos últimos 70 anos, Teatro e a formação no seminário de Mariana, Audiovisual e Comissão Científica. Ainda, no ano passado, aconteceram a Semana Dom Luciano, focando na temática dos 270 anos sob o viés da história, e a cerimônia de lançamento do Selo comemorativo dos 270 anos do Seminário pelos Correios, em 20 de dezembro. “Reconheço a importância dos 270 anos do Seminário para história de Minas e do Brasil. O Seminário é considerado a primeira instituição de ensino do Estado. É um orgulho para todos nós de Mariana fazer parte dessa história”, destaca o coordenador do projeto.

Para o seminarista Romário de Souza Lima, do 4º ano de Teologia e representante dos discentes no projeto, “está sendo um percurso gratificante percorrer pela Linha do Tempo do Seminário e perceber o impacto positivo na história, sendo de fato luz entre os povos. Mergulhar em seus arquivos fotográficos, crônicas e teatros é enriquecedor. Percebe-se claramente quantas personalidades se formaram nesta Instituição, se destacaram de alguma forma e deixaram nela a sua marca, o seu registro. O Seminário possui um patrimônio histórico artístico material e imaterial como é evidente em seus prédios e suas músicas Sacras”, afirma.

Ele ainda ressalta que, como destacado no slogan do projeto “270 anos cultivando vocações para comunicar a alegria do Evangelho”, é também uma ação de cunho vocacional. “Eu acredito nas palavras do poeta: ‘um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas um sonho que se sonha junto é realidade’. Assim, vejo o trajeto de Dom Frei Manoel da Cruz em sua missão, ao fundar o Seminário de Mariana, sonhou os sonhos de Deus e contou com o apoio de muitos. O nosso Projeto Memória, ocorre de forma semelhante: foi de fato um trabalho em equipe. Sonhamos juntos e não nos deixamos abater pelas dificuldades encontradas no caminho”, enfatiza.

Segundo o padre Edvaldo, outro fato importante é que há diversas teses e dissertações, especialmente, na área da História, que estudou sobre o Seminário de Mariana. Ainda, todo o material recebido e produzido pelo projeto “Memória” está sendo organizado em uma coletânea para publicação. “Podemos dizer, portanto, que o Projeto Memória nos abriu para Minas e o Brasil. O Projeto nos fez ver a necessidade de conhecer e amar a nossa própria História. Desde há alguns anos os nossos Simpósios Acadêmicos Filosófico-Teológicos têm focado neste aspecto da História de nossa Arquidiocese e de nosso Seminário. Conforme ressaltou Dom Geraldo Lyrio Rocha, Bispo Emérito da Arquidiocese de Mariana, durante a conferência de abertura do Simpósio de 2019: ‘Ninguém ama o que não conhece. Quanto mais se conhece, mais se ama; e quanto mais se ama, mais se deseja conhecer’”, destaca o sacerdote. 

Veja como foi algumas comunicações: