A realeza de Cristo é universal e tem um poder real sobre tudo e sobre todos. Nenhuma realeza criada escapa a seu juízo supremo. Ele adquiriu essa realeza por sua morte na cruz em remissão dos pecados.
Celebramos anualmente esta realidade cotidiana: a realeza e o poder de nosso Salvador são postos a serviço da libertação de todos quantos queiram recomeçar com Cristo. Em 1925, o Papa Pio XI instituiu a Festa de Cristo Rei, para coroar o ano litúrgico, feito da “busca da Face serena e luminosa do Senhor”. Uma grande luz para não se excluir Deus ou d’Ele apenas se servir na jornada humana nesta existência.
Jesus Cristo é nosso Rei, porque único mediador da salvação de toda a criação. N’Ele todas as coisas encontram seu acabamento, Sua verdadeira subsistência, segundo o desígnio de Deus criador. Deus continua a criar por meio do amor, e toda a criação é chamada, em cada pessoa, a participar de sua vida divina. Este desígnio de amor só se realiza no envio do Homem-Deus, porque só Ele é capaz, em sua humanidade, de fazer entrar na Família do Pai. Se tal é o desígnio criador de Deus, é em Jesus Cristo que toda a criação encontra o ponto de apoio e de subsistência definitiva (Hb 1,3; Cl 1,17). Por isso, Jesus Cristo é o primogênito de toda criatura; é o Rei da criação porque só Ele é a imagem de Deus invisível. A realização do desígnio criador depende unicamente d’Ele. Dado que o pecado separou a criação de seu Deus, a realeza de Jesus Cristo assume o aspecto de uma reconciliação universal que Ele opera, derramando Seu sangue na cruz.
A Constituição Pastoral sobre a missão da Igreja no mundo contemporâneo aponta para a realeza de Cristo: “De fato, o Verbo de Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas, se encarnou, de tal modo que, como homem perfeito, salvasse todos os homens e recapitulasse todas as coisas. O Senhor é o fim da história humana, ‘ponto para o qual convergem as aspirações da história e da civilização’, centro da humanidade, alegria de todos os corações e plenitude de todos os seus desejos. A Ele é que o Pai ressuscitou dos mortos, exaltou e colocou à Sua direita, constituindo-o juiz dos vivos e dos mortos. Vivificados e congregados em Seu Espírito, caminhamos para a consumação da história humana, que concorda plenamente com o seu desígnio de amor: ‘Reunir todas as coisas em Cristo, as que estão nos céus e as que estão na terra’ (Ef 1,10). O próprio Senhor diz: ‘Eis que venho em breve, e a minha recompensa está comigo, para dar a cada um conforme as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o começo e o fim’” (Ap 22, 12s; Gaudium et Spes, 45).
Viver é recomeçar. Nada como abrir a janela do quarto ao raiar de um novo dia! Quando nos parecer chegar ao ocaso, então será o recomeço eterno. A cada momento um recomeço, adorando e servindo a Quem traz consigo, grudado em seu coração, a maior experiência de amor: UM REI QUE OFERECE SUA VIDA!
Padre Paulo Dionê Quintão
Pároco de Santa Rita de Cássia, em Viçosa – MG
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