“Cristo ressuscitou, aleluia, venceu a morte com amor, aleluia”
Com grande júbilo, sábado à noite, às 20 horas, a Catedral da Sé, em Mariana (MG), esteve repleta de fiéis para celebrar a Vigília Pascal, a Benção do Fogo Novo e a renovação das promessas batismais, pois “é vida que brota, tudo é novo de novo”, porque Jesus ressuscitou, aleluia!
A cerimônia é dividida em quatro partes. A primeira iniciou-se do lado de fora da Igreja, onde o Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, abençoou o Fogo Novo e fez a preparação do Círio Pascal, reafirmando que Cristo é o começo e o fim, o alfa e o ômega, Ele tem o tempo e a eternidade, a glória e o poder, por todos os séculos sem fim.
Logo após, foi feita a incisão no Círio Pascal, aplicando-lhe os cinco grãos de incenso com a seguinte oração: “por suas santas chagas, suas chagas gloriosas, o Cristo Senhor nos proteja e nos guarde. Amém!”
Dom Airton acendeu o Círio com o novo fogo e adentrou-se no templo, que ainda estava escuro e silencioso, e em direção ao altar foi anunciando e mostrando a todos: “Eis a luz de Cristo! Demos graças a Deus”.
A luz que vem libertar os cativos da escuridão das trevas, os prisioneiros do pecado, da traição, da inveja, da cobiça, da avareza e todas as circunstâncias malignas que afligem o ser humano.
Jesus é a luz que brilha na escuridão, Ele é a único caminho verdade e a vida, a esperança que não decepciona e não engana, sendo fiel às suas promessas até o fim.
Ainda no início da cerimônia, o Arcebispo fez a proclamação da Páscoa, transmitindo ao povo que a Boa Nova chegou. Que “os anjos triunfantes, mensageiro de Deus, desceram cantando, soando suas trombetas fulgurantes, anunciando a vitória de um Rei”.
Para tanto, é preciso estar alegres, porque a luz resplandece, dissipando a treva antiga, visto que o sol do eterno Rei brilha, aquece e acalenta a cada um.
“As coisas antigas já se passaram”, é hora de um novo tempo, uma nova vida, um novo começo em Cristo ressuscitado.
Na segunda parte, foi proclamado oito leituras e oito Salmos recordando as maravilhas que Deus fez e faz ao mundo e a cada pessoa. Nesses textos, recorda-se desde a passagem em Gênesis, onde Deus fala de sua criação e viu que tudo era muito bom, até em Romanos, trazendo detalhes da morte do pecado e a vida em abundância em Cristo. “Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6,11).
Após a sétima leitura, entoa-se o Glória, com o soar dos sinos anunciando a boa nova da ressureição de Cristo, Gloria in Excelsis Deo (Glória a Deus nas Alturas).
Nesse momento, acendem-se as velas do altar e as luzes da Igreja, além de retirar todos os tecidos roxos, que lembram as trevas, e ornamenta todo o presbitério com toalhas brancas e flores, porque agora é vida nova que se inicia, um novo tempo que recomeça.
Em seguida, o Evangelista São Lucas relata que as mulheres foram cedinho, no primeiro dia da semana, visitar o túmulo de Jesus, mas ele estava vazio e ficaram sem saber o que aconteceu, mas logo lembraram do que ele disse, quando estava com elas na Galiléia. Então elas voltaram correndo para anunciar aos demais que Jesus estava vivo.
Elas foram as primeiras a confirmar e a anunciar a vitória de Jesus sobre a morte. A atitude delas serve de exemplo para que todos façam o mesmo, que é anunciar a vida eterna. Depois que contaram aos discípulos, eles, principalmente, Pedro, ficaram admirados com a realeza de Deus.
Aquelas mulheres corajosas foram as primeiras a entender que a escuridão deu lugar a luz, que brilha sem cessar e cada vez mais forte, aonde todos possam experienciar a liberdade e a felicidade em Cristo ressuscitado.
Em sua homilia, Dom Airton, ressalta que “se estamos vivenciando a nossa fé como fiéis discípulos de Cristo, testemunhas dele, então nós estamos na luz e a escuridão não nos atinge, Se um dia escorregamos e caímos e se estamos na escuridão, nós cremos que Jesus é a Luz que ilumina todo ser humano e nós começamos a enxergar como fazer para sair da escuridão”, ressalta.
Na terceira parte da Santa Missa, houve a recordação do batismo, reza-se a ladainha de todos os Santos, a benção da água com o mergulho do Círio Pascal na água e o toque na mão direita do presidente da celebração na água, orando a Deus para que todos que forem banhados pela água alcancem a vida eterna.
Em seguida, a renovação das promessas do Batismo e a profissão de fé é feita por todos os presentes na Igreja, entoando, numa só voz, a renúncia ao maligno e crendo que há um só Deus Onipotente. Dom Airton asperge a Água Benta sobre a assembleia para que “banhados em Cristo, sejam uma nova criatura, porque as coisas antigas já se passaram”.
Na quarta e última parte da celebração, a Mesa da Eucaristia é posta, eis o pão e o vinho, Corpo e Sague de Cristo. Momento de ofertar a Deus todas as misérias e conquistas humanas, dar a Ele tudo que possui, uma vez que tudo veio Dele. Partilhar o que tem, um gesto simples que agrada a Deus mais do que qualquer outra coisa.
Com alegria no coração, pois Cristo ressuscitou, Dom Airton dá Benção Solene, finalizando a celebração, que marca a vitória de Cristo sobre morte, tornando-se a luz que brilhará para sempre, na certeza da Vida Eterna.
Texto: Dacom/Arquidiocese de Mariana.
Fotos: João Henrique do Nascimento, Paulo César Gouvêa e Mariana do Amaral.