sábado

, 20 de abril de 2024

Artigo de Dom Airton José dos Santos
O sexto arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos nasceu na cidade de Bom Repouso, no Sul de Minas Gerais, no dia 25 de junho de 1956, primeiro dos sete filhos do casal José Julião dos Santos e Benedita Vieira da Fonseca. Após o Papa Francisco aceitar a renuncia ao governo pastoral da Arquidiocese de Mariana, apresentada por Dom Geraldo Lyrio Rocha, tendo completado 75 anos, Dom Airton foi nomeado arcebispo desta Igreja particular no dia 25 de abril de 2018. Sua posse canônica foi realizada no dia 23 de junho de 2018.

O mês da Bíblia, a vida cristã e a Palavra de Deus

09 de outubro de 2019 Palavra do Arcebispo

Caros leitores, estamos no mês de setembro que, em nosso Brasil, é dedicado ao estudo, aprofundamento e maior conhecimento das Sagradas Escrituras contidas no Livro Sagrado que chamamos Bíblia.
Considerando a história, recordemos que o mês da Bíblia foi inspirado na Igreja do Brasil, em 1971, na arquidiocese de Belo Horizonte (MG), através do Serviço de Animação Bíblica (das irmãs Paulinas). Espalhando-se pelo Brasil, tornou-se oficial. Este movimento, em torno da Bíblia e de seu conteúdo acontece, portanto, há 48 anos e, em cada um deles, a Igreja nos propõe estarmos mais próximos da Palavra Deus, contida na Sagrada Escritura. Para este ano de 2019, a proposta continua e a Igreja nos propõe o estudo da Primeira Carta de São João, com destaque para o lema “Nós amamos porque Deus primeiro nos amou” (1Jo 4,19).O mês de setembro foi escolhido como o Mês da Bíblia porque, no dia 30 de setembro, a Igreja celebra a memória de São Jerônimo, que viveu do final século IV (340 DC) ao início do século V, (30 de setembro de 420 DC), quando faleceu. Naquele tempo, ele foi chamado pelo Papa Damaso que lhe deu a grandiosa missão de traduzir a Bíblia para o Latim, a língua do povo. Por isso, sua tradução foi chamada de Vulgata, ou seja, popular. O Papa queria uma tradução mais fiel possível do hebraico e do grego para o latim e que, ao mesmo tempo, o povo pudesse compreender.

Não vou falar aqui do tema e do lema do Mês da Bíblia deste ano de 2019, mas chamar a atenção sobre um assunto de extrema importância: como temos considerado a dimensão bíblica da ação eclesial, ou seja, da Pastoral? Por isso, trago à memória de todos a grande preocupação da Igreja expressa nas primeiras linhas da Constituição Dogmática, Dei Verbum, do Concílio Vaticano II:

“O sagrado Concilio, ouvindo religiosamente a Palavra de Deus proclamando-a com confiança, faz suas as palavras de S. João: «anunciamo-vos a vida eterna, que estava junto do Pai e nos apareceu: anunciamo-vos o que vimos e ouvimos, para que também vós vivais em comunhão conosco, e a nossa comunhão seja com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo. 1,2-3). Por isso, segundo os Concílios Tridentino e Vaticano I, entende propor a genuína doutrina sobre a Revelação divina e a sua transmissão, para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame. (Const. Dog. Dei Verbum, 1).”

O texto acima nos lembra que a Igreja tem a missão de propor a todo ser humano que viva na Fé, na Esperança e na Caridade, quando diz: “…para que o mundo inteiro, ouvindo, acredite na mensagem da salvação, acreditando espere, e esperando ame”.

O grande desafio para os nossos dias, na ação pastoral da Igreja, está exatamente na referencia fundamental de sua Missão recebida de Cristo, Senhor: Evangelizar a todos, sem distinção, anunciando-lhes Jesus Cristo, Verbo Eterno, feito homem, para nossa salvação, ensinando a todas as nações a viver Seus mandamentos (cf. Mt 28,19-20).

Assim sendo, todos nós que recebemos o Batismo, nos tornamos membros de Cristo na Sua Igreja e, pelo Sacramento da Crisma, nos tornamos Suas testemunhas até os confins da terra, para anunciar a Boa Nova do Reino, que é o próprio Senhor Jesus Cristo, Vivo e Ressuscitado. É neste sentido, que nossa vida cristã deve ser um testemunho, um sinal convincente da fé que professamos.

Como consequência de nossa vida cristã, a ação evangelizadora que empreendemos, grande ou pequena, pessoal ou em comunidade, mais organizada ou menos organizada, deve ter como fundamento o centro de toda a Sagrada Escritura, a saber: Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, pois “…a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos, por esta revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação.” (cf. Const. Dog. Dei Verbum, 2, cf.Mt. 11,27; Jo. 1,14.17; 14,6; 17,1-3; 2Cor. 3,16.4,6; Ef. 1,3-14).

Jesus Cristo É O VERBO ETERNO, A PALAVRA DE DEUS, desde sempre e para sempre, como nos atesta o evangelista São João em seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1,1-4).

Dom Airton José dos Santos

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