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, 25 de novembro de 2024

Padre José Cassimiro celebrou Jubileu de Ouro Sacerdotal em Paula Cândido

24 de setembro de 2021 Arquidiocese

No último sábado, 18 de setembro, o padre José Cassimiro Sobrinho completou 50 anos de vida sacerdotal. À ocasião, uma missa em ação de graças foi celebrada na cidade de Paula Cândido (MG), terra natal do presbítero e onde foi batizado e ordenado sacerdote em 18 de setembro de 1971, pela imposição das mãos de Dom Oscar de Oliveira.

“Por uma feliz coincidência, celebrei a data do Jubileu no mesmo dia da semana, na mesma hora e na mesma igreja onde fui ordenado, ou seja, no sábado, às 15h, na Igreja Matriz de São José, ínclito padroeiro de nossa paróquia”, conta padre José Cassimiro. Antes da celebração eucarística, a Paróquia de São José ofereceu um almoço em comemoração que teve também a presença dos outros sacerdotes da Arquidiocese de Mariana que celebram Jubileu de Ouro neste ano: Monsenhor Caetano Cenaque Piovezzani e Padre José da Silveira Miguel, párocos, respectivamente, de Santo Antônio do Grama (MG) e de Raul Soares (MG). 

“Sem eles, as comemorações ficariam incompletas. Tudo sob a direção do dinâmico e atencioso pároco, padre Geraldo de Souza Rodrigues. A ele e às pessoas que auxiliaram na organização das festividades, meu eterno e sincero agradecimento”, pontua padre José Cassimiro.

Já em Viçosa (MG), a Paróquia de Santa Rita de Cássia, onde padre José Cassimiro está atualmente como vigário paroquial, por meio de seu pároco, padre Paulo Dionê Quintão, solicitou uma bênção especial do Papa Francisco, para esta ocasião. “O documento pontifício me foi entregue, num belo quadro de vidro, de rica moldura, que ficará ‘ad perpetuam rei memoriam!’. E a bonita casula, que usei na missa, com seu tecido áureo, me foi presenteada pela professora, viçosense, Maria das Graças Silva, catequista por vocação e zelosa incentivadora da pastoral carcerária. A ela e a esta querida paróquia, o meu eterno muito obrigado”, afirma o sacerdote.

Em comemoração ao Jubileu de Ouro Sacerdotal, confira abaixo a breve entrevista realizada com o padre José Cassimiro Sobrinho sobre a data.

Dacom: Qual o sentimento de se estar completando 50 anos como padre?

Pe. José Cassimiro: Sentimento de profunda gratidão e de ação de graças. Primeiro, pelo dom da perseverança, que é uma grande graça de Deus. Quem perseverar até o fim será salvo, disse Jesus (cf. Mt 24, 9-13). Ninguém é padre por algum tempo, mas, para sempre. “Tu es sacerdos in aeternum secundum ordinem Melchisedec” (Tu és sacerdote, eternamente, segundo a ordem de Melquisedec – Hb 5, 6).

Segundo, por estar vivo e gozando de boa saúde. Dois de meus colegas, que estariam comemorando suas bodas de ouro, neste ano, já se foram para a eternidade. Estão celebrando-as junto de Deus, na Catedral do Céu, abrilhantadas pelo mavioso coral dos anjos e pela agradabilíssima companhia dos santos, sobretudo dos irmãos sacerdotes e de todos aqueles, vestidos de branco, que lavaram suas vestes e as tornaram brancas no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7, 13-17)!

A estes dois inesquecíveis colegas, padre Antônio Ferreira Maciel e padre José Carlos D’Ângelo, que tão cedo nos deixaram, rogo uma prece ao Pai do Céu por nós, seus amigos, que ainda fazemos parte da Igreja Militante. Padre Maciel, talentoso músico que foi, certamente, faz parte da orquestra dos santos, com seu afinado pistom. E padre José Carlos D’Ângelo, ornado de dons artísticos, com certeza, compõe a equipe de ornamentação do céu. E, talvez da organização dos teatros, que ele, tão bem, sabia planejar!

Dacom: Quais foram os principais desafios enfrentados ao longo desses 50 anos de ministério? E as alegrias?

Pe. José Cassimiro: Os desafios fazem parte da vida humana e estão presentes em todas as vocações cristãs e em todas as profissões liberais. Ninguém está isento deles. A convivência humana, antes pacífica e fraterna, foi contaminada pelo pecado original. Ficou agressiva, fragilizada e propensa ao mal. A concupiscência do pecado nos acompanha a vida toda. Só a graça de Deus pode amenizá-la ou curá-la. Não há nenhum padre que não sofra. O discípulo não pode ser maior que o mestre! Assim como perseguiram a Jesus, perseguirão a nós também (cf. Jo 15, 18-21).

Porém, as alegrias, que o ministério nos proporciona, superam todos os desafios. São infinitamente maiores. Diante delas, os sofrimentos se diluem, ficam pequenos e insignificantes. Entre essas alegrias, vou citar apenas algumas: 

  1. A graça de celebrar, cotidianamente, a Santa Missa, que é a renovação do Sacrifício da Cruz, perpetuado em nossos altares; 
  2. A geração incontável de filhos que o sacerdote gera para Deus e para a Igreja, através do batismo e da pregação do evangelho. Uma prole tão numerosa como as estrelas do céu (cf. Gn 15, 5); 
  3. O poder de perdoar os pecados. Nele, a alma fica curada de suas feridas, purifica-se o coração e se restitui a graça perdida; 
  4. O alívio espiritual e corporal que os fiéis enfermos, dele, recebem, na Unção dos Enfermos, e que só o sacerdote pode oferecer; 
  5. A formação e a santificação das famílias, cujo matrimônio é presidido e abençoado pelo sacerdote. A família, assim estruturada, é celeiro de bons cristãos. É, nela, que se molda e se acrisola o caráter dos bons cidadãos.

A estas alegrias se soma, ainda, a graça imensa de colaborar na formação de inúmeros sacerdotes, em nosso Seminário Arquidiocesano de Mariana e no Seminário Diocesano de Patos de Minas. Formar um padre é dar à Igreja um outro Cristo. A expressão “sacerdos alter Christus” não é uma metáfora, um simples modo de dizer, mas, uma maravilhosa, surpreendente e consoladora realidade (São João Paulo II).

Fotos: Reprodução do Facebook de Maria Doratea Andrade