Monsenhor Edmar José da Silva, divulgou nesta segunda-feira, 29 de abril, o seu lema e brasão episcopal. O emblema foi desenvolvido pelos heraldistas Padre Patriky Samuel Batista e Camilo Alves Luís. Já o lema escolhido foi “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 99,2).
No exercício do seu múnus de pai e pastor, o Bispo está no meio dos seus como quem serve com alegria. Como sucessor dos Apóstolos e como bom pastor que conhece as suas ovelhas e por elas é conhecido como verdadeiro pai, aquele que recebe a plenitude do sacramento da ordem é chamado a distinguir-se pelo espírito de amor e de solicitude para com todos. Reúne à sua volta a família inteira da sua grei e a conduz de tal modo que todos, conscientes dos seus deveres, vivam e operem em comunhão de caridade. Para conseguir este objetivo, o Bispo deve estar “preparado para toda a obra boa” (2 Tm. 2,21) e “suportando tudo por amor dos eleitos” (2 Tim. 2,10), orientando a sua vida de maneira que ela corresponda às necessidades dos tempos. (Cf Decreto Christus Dominus, 16).
Assim, constituído pelo Espírito Santo, o Bispo abraça com especial caridade os sacerdotes que compartilham das suas funções e solicitude, considerando-os como filhos e amigos, e, portanto, mostrando-se pronto a ouvi-los e tratando-os com confiança, procurando dar nova vida a toda a atividade pastoral que, segundo o Papa Francisco, deve ser chancelada pela alegria do Evangelho.
Encontramos no início do Pontificado do Papa Francisco uma série de meditações matutinas proferidas durante a celebração Eucarística na capela da Casa Santa Marta. Em 3 de novembro de 2014, ao meditar a Carta de Paulo aos Filipenses (Fl 2,1-4) o Papa propôs como título de sua pregação “A alegria de um bispo” e assim nos exortava: a alegria do bispo é a unidade da Igreja: humildade, sem rivalidade nem vanglória. Recordando as palavras de Paulo que insiste para não procurarmos o nosso próprio interesse, mas o dos outros, Papa Francisco afirma que é necessário procurar o bem do próximo. É “esta a alegria de um bispo quando vê a sua Igreja assim: um mesmo sentir, a mesma caridade, permanecendo unânimes e concordes”. E “esta é a atmosfera que Jesus quer na Igreja. Podemos ter opiniões diferentes, mas sempre nesta atmosfera, neste clima de humildade e caridade, sem desprezar ninguém”.
Na missa crismal de 2014, o Papa Francisco exortava os sacerdotes a viverem a alegria de sua unção. A reflexão dirigida aos sacerdotes, se aplica perfeitamente também ao ministério do bispo. Em suas palavras: “a grandeza incomensurável do dom que nos é dado para o ministério relega-nos entre os menores dos homens. O sacerdote é o mais pobre dos homens, se Jesus não o enriquece com a sua pobreza; é o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças; por isso, a nossa oração de defesa contra toda a cilada do Maligno é a oração da nossa Mãe: sou sacerdote, porque Ele olhou com bondade para a minha pequenez (cf. Lc 1, 48). E, a partir desta pequenez, recebemos a nossa alegria. Alegria na nossa pequenez!”. A alegria de quem foi amorosamente encontrado por Deus, apesar da própria pequenez, é que deve mover o coração do discípulo-missionário de Jesus Cristo (o bispo) para “servir sempre sorrindo”, como exortava São Luís Orione.
Brasília, 24 de abril de 2024
Nomeado Bispo de Garriana e Auxiliar de Belo Horizonte (MG) em 6 de março pelo Papa Francisco, Monsenhor Edmar José da Silva será ordenado bispo no dia 11 de maio, às 10h, na cidade de Alto Rio Doce (MG). Saiba mais aqui
Texto: Pe. Patriky Samuel Batista e Mons. Edmar José da Silva
Heraldistas: Pe. Patriky Samuel Batista e Camilo Alves Luís