terça-feira

, 26 de novembro de 2024

Monsenhor Edmar apresenta lema e brasão episcopal

29 de abril de 2024 Arquidiocese

Monsenhor Edmar José da Silva, divulgou nesta segunda-feira, 29 de abril, o seu lema e brasão episcopal. O emblema foi desenvolvido pelos heraldistas Padre Patriky Samuel Batista e Camilo Alves Luís. Já o lema escolhido foi “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 99,2).

Confira a explicação:

No exercício do seu múnus de pai e pastor, o Bispo está no meio dos seus como quem serve com alegria. Como sucessor dos Apóstolos e como bom pastor que conhece as suas ovelhas e por elas é conhecido como verdadeiro pai, aquele que recebe a plenitude do sacramento da ordem é chamado a distinguir-se pelo espírito de amor e de solicitude para com todos. Reúne à sua volta a família inteira da sua grei e a conduz de tal modo que todos, conscientes dos seus deveres, vivam e operem em comunhão de caridade. Para conseguir este objetivo, o Bispo deve estar “preparado para toda a obra boa” (2 Tm. 2,21) e “suportando tudo por amor dos eleitos” (2 Tim. 2,10), orientando a sua vida de maneira que ela corresponda às necessidades dos tempos. (Cf Decreto Christus Dominus, 16).

Assim, constituído pelo Espírito Santo, o Bispo abraça com especial caridade os sacerdotes que compartilham das suas funções e solicitude, considerando-os como filhos e amigos, e, portanto, mostrando-se pronto a ouvi-los e tratando-os com confiança, procurando dar nova vida a toda a atividade pastoral que, segundo o Papa Francisco, deve ser chancelada pela alegria do Evangelho.

Encontramos no início do Pontificado do Papa Francisco uma série de meditações matutinas proferidas durante a celebração Eucarística na capela da Casa Santa Marta. Em 3 de novembro de 2014, ao meditar a Carta de Paulo aos Filipenses (Fl 2,1-4) o Papa propôs como título de sua pregação “A alegria de um bispo” e assim nos exortava: a alegria do bispo é a unidade da Igreja: humildade, sem rivalidade nem vanglória. Recordando as palavras de Paulo que insiste para não procurarmos o nosso próprio interesse, mas o dos outros, Papa Francisco afirma que é necessário procurar o bem do próximo. É “esta a alegria de um bispo quando vê a sua Igreja assim: um mesmo sentir, a mesma caridade, permanecendo unânimes e concordes”. E “esta é a atmosfera que Jesus quer na Igreja. Podemos ter opiniões diferentes, mas sempre nesta atmosfera, neste clima de humildade e caridade, sem desprezar ninguém”.

Na missa crismal de 2014, o Papa Francisco exortava os sacerdotes a viverem a alegria de sua unção. A reflexão dirigida aos sacerdotes, se aplica perfeitamente também ao ministério do bispo. Em suas palavras: “a grandeza incomensurável do dom que nos é dado para o ministério relega-nos entre os menores dos homens. O sacerdote é o mais pobre dos homens, se Jesus não o enriquece com a sua pobreza; é o servo mais inútil, se Jesus não o trata como amigo; é o mais louco dos homens, se Jesus não o instrui pacientemente como fez com Pedro; o mais indefeso dos cristãos, se o Bom Pastor não o fortifica no meio do rebanho. Não há ninguém menor que um sacerdote deixado meramente às suas forças; por isso, a nossa oração de defesa contra toda a cilada do Maligno é a oração da nossa Mãe: sou sacerdote, porque Ele olhou com bondade para a minha pequenez (cf. Lc 1, 48). E, a partir desta pequenez, recebemos a nossa alegria. Alegria na nossa pequenez!”. A alegria de quem foi amorosamente encontrado por Deus, apesar da própria pequenez, é que deve mover o coração do discípulo-missionário de Jesus Cristo (o bispo) para “servir sempre sorrindo”, como exortava São Luís Orione.

O BRASÃO EPISCOPAL SINALIZA ESTE DESEJO:

  1. Ao centro do escudo encontra-se o lírio, referência ao cajado florido que evoca José, Esposo da Virgem Maria. Sinal da eleição divina que o envolveu na árdua missão de conduzir e guardar a Sagrada Família. Símbolo por excelência da sua paternidade e fidelidade à Igreja confiada aos seus cuidados na pessoa da Virgem Mãe e de seu Filho, Além disso, evoca também o segundo nome do bispo – José – e a sua cidade de origem, Alto Rio Doce–MG, que tem o glorioso São José como padroeiro.
  2. Abaixo, à esquerda do escudo, encontramos a Lua Crescente que nos remete a Virgem Maria, na sua Imaculada Conceição. Este astro celeste não possui luz própria, mas irradia a luz da grande estrela que rege o dia: o sol. Da mesma forma, a Virgem Maria irradia a luz de Cristo. O bispo, no exercício do seu ministério, a exemplo de Maria, deve irradiar a luz do Ressuscitado com a força das suas palavras, mas principalmente, com a eficácia e a fecundidade do seu testemunho de vida.
  3. No alto, à direita do brasão, temos em cor de ouro a âncora, sinal da confiança em Cristo diante dos desafios da missão. “A esperança, com efeito, é para nós como uma âncora da alma, segura e Ela penetra para além da cortina do Santuário, onde Jesus entrou por nós, como precursor, feito sumo sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec.” (Hb 6,19-20). Assim, a âncora representa a única “Esperança” que nos faz esperançar e servir com alegria: “Cristo em nós, a esperança da glória.” (Cl 1,27). Ela evoca a segurança e a firmeza dos que confiam e se deixam guiar por Cristo. Assim afirma São João Paulo II na Exortação pós-sinodal Pastores Gregis: “Deste modo, vivendo como homens de esperança e refletindo no próprio ministério a eclesiologia de comunhão e missão, os Bispos serão verdadeiramente motivo de esperança para o seu rebanho. Nós sabemos que o mundo necessita de ‘esperança que não confunde’ (Rm 5,5). Sabemos que esta esperança é Cristo”. (Pastores Gregis, n. 5) Por fim, a âncora ainda evoca o Jubileu da Esperança, convocado pelo Papa Francisco no ano da nomeação do bispo e que será celebrado em 2025 com o tema “Peregrinos da esperança”.
  1. O chapéu e as franjas são símbolos da dignidade episcopal entendida como serviço à comunidade diocesana, da qual o bispo é Lembra Jesus Cristo, cabeça da Igreja, seus 12 apóstolos, a sucessão e a colegialidade dos bispos com o Papa.
  2. Concluído o escudo temos o lema do bispo: o modo com o qual ele deseja servir a Cristo por meio do ministério que lhe é confiado: “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 99,2), indicando que “a alegria de servir é a nossa melhor recompensa”. Segundo o Papa Francisco, quem serve se torna íntimo de Deus, grande no Reino dos céus e verdadeiramente Há, de fato, mais alegria em dar do que em receber. (Cf. Ângelus, 19/09/2021). A alegria que origina do serviço gratuito e amoroso é fruto do Espírito Santo.

Brasília, 24 de abril de 2024

 

 

Ordenação episcopal

Nomeado Bispo de Garriana e Auxiliar de Belo Horizonte (MG) em 6 de março pelo Papa Francisco, Monsenhor Edmar José da Silva será ordenado bispo no dia 11 de maio, às 10h, na cidade de Alto Rio Doce (MG). Saiba mais aqui

Texto: Pe. Patriky Samuel Batista e Mons. Edmar José da Silva
Heraldistas: Pe. Patriky Samuel Batista e Camilo Alves Luís