“A Virgem Maria profetiza: profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus desta segunda-feira, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, e que no Brasil celebraremos no próximo domingo, 21 de agosto.
O Evangelho – disse Francisco – nos propõe o diálogo entre Maria e sua prima Isabel. “Quando Maria entra em casa e saúda Isabel, diz-lhe: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Estas palavras, cheias de fé, alegria e encanto, passaram a fazer parte da “Ave Maria”. Cada vez que recitamos esta oração tão bonita e familiar, fazemos como Isabel: saudamos Maria e a bendizemos, porque ela nos traz Jesus. Maria acolhe a bênção de Isabel e responde com o cântico, um presentes para nós, para toda a história, o Magnificat. é um canto de louvor, que poderíamos definir como “o cântico da esperança”.
É um hino de louvor e exultação pelas grandes coisas que o Senhor realizou nela, mas Maria vai mais longe:
“Contempla a obra de Deus em toda a história do seu povo. Diz, por exemplo, que o Senhor “derrubou do trono os poderosos, exaltou os humildes, saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos”.
Mas quer nos dizer algo de mais importante”, destaca o Papa Francisco:
Ela, pequena e humilde, foi elevada e – festejamos hoje – levada à glória do Céu, enquanto os poderosos do mundo estão destinados a permanecer de mãos vazias. Nossa Senhora, em outras palavras, anuncia uma mudança radical, uma inversão de valores. Enquanto fala com Isabel tendo Jesus no ventre, antecipa o que seu Filho dirá, quando proclamará bem-aventurados os pobres e humildes e advertirá os ricos e os que confiam na sua própria autossuficiência.
A Virgem, portanto, profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor. “Olhando para ela na glória, compreendemos que o verdadeiro poder é o serviço e que reinar significa amar. E que este é o caminho para o céu”.
Francisco destaca que a inversão profética anunciada por Maria toca a vida de cada um de nós se acreditamos “que amar é reinar e servir é poder. Que a meta do meu viver é o Céu, o paraíso? Ou me preocupo somente com coisas terrenas, materiais? E ainda, observando os acontecimentos do mundo, deixo-me tomar pelo pessimismo ou, como a Virgem, sei perceber a obra de Deus que, com mansidão e pequenez, realiza grandes coisas?