domingo

, 24 de novembro de 2024

Concílio Vaticano II e Grupos de Reflexão são temas da primeira reunião do CAP de 2024

27 de fevereiro de 2024 Arquidiocese

O Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP) esteve reunido na última sexta-feira, 23 de fevereiro, em Mariana (MG), para o seu primeiro compromisso de 2024. Na pauta, os presentes refletiram sobre a celebração dos 60 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962 – 1965) e os 30 anos dos Grupos de Reflexão na Arquidiocese de Mariana.

Abrindo o encontro, o Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, recepcionou os presentes, destacando a importância do CAP para as atividades pastorais da Arquidiocese de Mariana. Na oportunidade, ele também enfatizou a missão e o compromisso de cada conselheiro, recordando-os da corresponsabilidade na caminhada desta Igreja Particular.

Como tornar o Concílio Vaticano II mais conhecido?

Padre Mauro expôs aos presentes sobre o Concílio Vaticano II.

Em seguida, o Representante Arquidiocesano dos Presbíteros, Padre Mauro Lúcio de Carvalho, adentrou no primeiro assunto da reunião: o Concílio Ecumênico Vaticano II. Em sua fala, o sacerdote enfatizou que a assembleia convocada pelo Papa João XXIII quis renovar e intensificar sua fidelidade a Jesus Cristo.

“O Concílio Vaticano II surge do anseio da Igreja em dialogar e apresentar Jesus como fundamento da fé e das Igrejas. De um certo modo, nas entrelinhas desse Concílio está a máxima do Evangelho, que se tornou o lema da Campanha da Fraternidade 2024: somos todos irmãos. Só isso já faz do Concílio um farol necessário às comunidades paroquiais”, explicou Padre Mauro.

Durante a reunião, os conselheiros do CAP realizaram trabalhos em grupo de modo a pensar como a Arquidiocese de Mariana pode ajudar as suas comunidades eclesiais a conhecerem os documentos do Concílio. Dentre as sugestões apresentadas, estão a realização de cursos, podcasts, vídeos, entre outros.

Para Padre Mauro, esse entendimento é essencial, especialmente, diante das polarizações. “Acredito que muitos erros — polarização e divisões — acontecem por falta de conhecimento ou compreensão equivocada da Doutrina, da Tradição e da Palavra de Deus”, declara.

“Quando falo de conhecimento, penso em algo mais sistemático, teórico, um ir às fontes. Não é um conhecimento de ouvir dizer. Mais do que tornar conhecimento, nós precisamos estudar o Concílio. As comunidades sabem da existência do Concílio Vaticano II, mas conhecem pouco. Em tempos de polarização, o que se divulga nas redes sociais é, na maioria das vezes, descontextualizado. Não precisamos de um terceiro Concílio, mas de vivenciar o que já temos. Nossa Arquidiocese tem leigos, padres, seminaristas e diáconos capazes de fazer propagar a força renovadora e unificadora do Concílio Vaticano II”, defende Padre Mauro Lúcio.

Padre José Geraldo pontuou a importância das comunidades conhecerem os documentos do Concílio.

Segundo o Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, Padre José Geraldo de Oliveira, abordar esse tema é importante para “relembrar as comunidades que tudo isso que nós temos de organização vem do Concílio e que ele não foi ainda todo colocado em prática”. “É importante nós conhecermos, de fato, os documentos do Concílio, o que o trouxe para nós e o que nós podemos fazer a partir dele”, reforçou.

Padre José Geraldo frisa ainda que o Concílio Ecumênico II não propôs uma nova Doutrina da Igreja e do Evangelho, mas ofereceu uma “nova roupagem” e novos métodos de modo que a Doutrina da Igreja chegasse “a todas as pessoas, em todos os cantos, em todas as condições sociais”.

Ao todo, 16 documentos nasceram do Concílio Vaticano II, sendo: quatro constituições (conteúdo doutrinário), nove decretos (conteúdo disciplinar) e três declarações (juízo sobre). Todos eles estão disponíveis para a leitura no site: www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.htm

30 anos dos Grupos de Reflexão

Outro tema em destaque foram os Grupos de Reflexão que, em 2024, completam 30 anos que foram assumidos pela Arquidiocese de Mariana. Antes disso, a iniciativa existia em algumas paróquias e comunidades de forma independente, utilizando o subsídio elaborado pela Diocese de Caratinga (MG).

À ocasião, o Assessor da Dimensão Comunitária e Participativa, Padre Paulo Barbosa, pontuou que os Grupos de Reflexão são essenciais para a iluminação, a formação e a criação das comunidades, além de abrir espaço para a coparticipação. “As comunidades se encontram nos pequenos grupos onde as pessoas interagem, comungam, refletem, buscam ações concretas para o dia a dia, do ponto de vista espiritual, catequético e bíblico”, afirma.

Outro ponto frisado por Padre Paulinho, como é conhecido, é que a partir dos Grupos de Reflexão, as principais ações pastorais da Arquidiocese de Mariana e da Igreja são fomentadas. “Os roteiros têm sido preparados com muito zelo e, de fato, eles norteiam a caminhada do Grupo de Reflexão. São 30 anos de uma história vitoriosa, uma vez que o roteiro é nosso e trabalha a caminhada e a ação pastoral da Arquidiocese de Mariana”, ressaltou. Além disso, pontuou-se que nas comunidades rurais e mais afastadas, muitas vezes, a única maneira que um assunto chega é por meio dos roteiros de reflexão.

Padre Paulinho destacou a importância dos grupos de reflexão.

Em sua colocação, Padre Paulinho expôs que a tiragem dos roteiros de reflexão já chegou a mais de 60 mil exemplares. Atualmente, esse número é de cerca de 18.450 exemplares, distribuídos em 77 paróquias e/ou comunidades arquidiocesanas e à Diocese de São João del-Rei (MG).

“Nós podemos chegar a ter mais presença a partir do momento que todos compreenderem a necessidade dos Grupos de Reflexão, porque ele chega à família como se fosse a Igreja doméstica e, ali, se reúne a partir da palavra de Deus, que ajuda a iluminar a realidade do dia a dia”, ponderou Padre Paulinho.

A partir da explanação do Assessor da Dimensão Comunitária e Participativa, os presentes foram chamados a pensarem sobre quais são os fatores positivos dos Grupos de Reflexão e o que fazer para despertar e criá-los nas comunidades. Algumas das propostas apresentadas foram mais incentivo por parte dos párocos a participação; ver na realidade da paróquia que pode ser o “pontapé” inicial para a criação dos grupos; e, assumi-los, de fato, como prioridade arquidiocesana. Dentre os aspectos positivos, estão a linguagem e as temáticas.

“Nós pedimos que as coordenações, em todos os seus níveis, levem a frente essa prioridade porque ela é a prioridade máxima da Arquidiocese de Mariana. Então, que os Conselhos Regionais e das Foranias implementem essas decisões, por meio do estudo, da formação e da preparação também dos grupos nas várias comunidades”, sublinhou Padre Paulinho.

Outros informes

Após o almoço, os Vigários Episcopais e/ou Secretárias Regionais apresentaram aos presentes os encaminhamentos das regiões após suas Assembleias, bem como o calendário das atividades pastorais para 2024 e o que já foi feito nos primeiros meses deste ano. Na oportunidade, também foram apontadas as dificuldades enfrentadas nos regionais, especialmente, relacionada às assessorias das pastorais e movimentos.

Outro assunto abordado foram os 150 anos da primeira consagração da Arquidiocese de Mariana ao Sagrado Coração de Jesus. Na reunião, o Diretor Arquidiocesano do Apostolado da Oração, Padre Euder Canuto, apresentou a proposta de programação para a data, de modo a envolver toda Arquidiocese. Vale lembrar que o Papa Francisco concedeu à tradicional festa da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, em Conselheiro Lafaiete (MG), o título de Jubileu. (Saiba mais aqui)

Por sua vez, o Assessor Arquidiocesano da Dimensão Bíblica-Catequética, Padre Bruno Gomes, falou sobre as assembleias regionais realizadas em 2023 e as previstas para este ano. Outras informações repassadas foram sobre a constituição de uma Equipe Arquidiocesana de Animação Bíblica-Catequética e a atualização do Plano da Catequese.

Por fim, a Coordenação da Dimensão Sociopolítica da Evangelização utilizou a palavra para fazer repasses de algumas atividades de sua agenda, como o 10º Encontro de Mulheres da Arquidiocese de Mariana, que acontece nos dias 1º e 2 de março em Lamim (MG), o encerramento da 6ª Semana Social Brasileira, a 32ª Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras e a 7ª Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce.

Texto e fotos: Thalia Gonçalves/Arquidiocese de Mariana