No último dia do Tríduo Pascal, neste Sábado Santo, 16 de abril, fiéis lotaram a Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Mariana (MG). A celebração, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Airton José dos Santos, foi concelebrada pelo Diretor de Estudos do Seminário São José, Padre Geraldo Dias Buziani, e o Pároco da Catedral de Nossa Senhora da Assunção, Cônego Nedson Pereira de Assis.
Durante a Vigília Pascal, quando juntos ao sepulcro os cristãos aguardam a Ressurreição de Jesus, a Igreja realiza a Liturgia da Palavra, composta por nove leituras. Antes, porém, de dar início a leitura dos textos bíblicos do Antigo e Novo Testamento, foi realizada a Celebração da Luz, com a bênção do fogo e acendimento do Círio Pascal, que representa a Ressurreição.
Em sua fala, Dom Airton refletiu sobre os textos bíblicos lidos na liturgia. Meditando sobre a primeira leitura, do Livro de Gênesis, quando é narrada a criação de todas as coisas por Deus, o Arcebispo questionou se “hoje, passados pelo menos, dois milênios da pregação do Evangelho, poderíamos nos perguntar: a natureza foi conservada por nós?”.
“A obra de Deus deve ser conservada, mas nós homens queremos nos colocar no lugar de Deus, e fazer dessa obra nossa. Deus disse, quando fez todas as coisas, colocou na mão dos homens e mulheres e falou: ‘dominai’! Isso não significa destruição, mas conservação, porque é para o nosso bem e aqui está o desvario da humanidade: destrói aquilo que é para o seu bem”, refletiu.
Dando sequência aos textos, rapidamente, o Arcebispo falou sobre os patriarcas, sem deixar também de meditar toda caminhada do povo de Deus, que por muitos anos sofreram na escravidão e, que após libertados, puderam se constituir como nação forte e poderosa.
Conforme o Pastor da Igreja Particular de Mariana, como segue a história, assim como outras civilizações, o Povo de Deus também teve reis, que mesmo escolhidos e ungidos pelos profetas do Senhor, eram humanos e possuíam suas falhas. Então, após passada toda a história que antecedeu a vinda de Jesus, é possível compreender sua presença no meio dos homens. Ele, que veio até a terra, não como profeta, não como filósofo, mas como o próprio e único Deus.
“Veio para governar, para estar acima de tudo e de todos, e aqui está o paradoxo, não veio para ser como os reis da terra. Nós celebramos até a Sexta-feira Santa as consequências do seu reinado. O trono de Cristo é a Cruz. Foi o lugar de Suplício, da sua morte, mas uma morte por amor a cada um de nós. Um rei que veio para se colocar a serviço, que nos quer bem, que nos quer acompanhando à sua vontade e à vontade do Pai! Que nos quer Santos”, afirmou.
Finalizando sua homilia, Dom Airton diz aos fiéis que a Semana Santa, é um tempo propício para questionar a vida. “Quem somos nós? Qual a nossa origem e o nosso destino? Nascemos de Deus e voltamos para Deus”. Por isso, é importante lembrar como o ser humano é frágil e que não sabemos o dia de amanhã. “Então é melhor aproveitar o hoje para mudar de vida”, ressaltou.
Dando procedimento à celebração, Arcebispo seguiu para a Liturgia Batismal. Todos os presentes foram abençoados pela água viva e, com as velas acesas, renovaram suas promessas batismais.
Fotos: Mariana Ferreira – DACOM Arquidiocese de Mariana