Após ter sido anunciado na Liturgia que um dos dozes discípulos trairia Cristo e Pedro o negaria, a Terça-Feira Santa, celebrada neste ano em 12 de abril, foi marcada em Mariana (MG), cidade Sé desta Igreja Particular, pela procissão e Sermão do Encontro.
Antes, porém, o Arcebispo Metropolitano, Dom Airton José dos Santos, presidiu a Santa Missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que foi concelebrada pelo Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Padre Marcelo Moreira Santiago, pelo Diretor de Estudos do Seminário São José, Padre Geraldo Dias Buziani, e pelo Diretor do Instituto Arquidiocesano de Filosofia, Padre Anderson Eduardo de Paiva. Do local,saiu a procissão com a imagem de Nosso Senhor dos Passos rumo à Praça Minas Gerais.
Já na Capela de Nossa Senhora de Nazaré, também na cidade, a celebração foi presidida pelo Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Padre Luiz Roberto de Souza, de onde partiu a procissão com a imagem de Nossa Senhora das Dores.
Segundo Dom Airton, a Semana Santa é um momento oportuno para se aprofundar na Palavra de Deus, que perdoa os pecados de cada um. “Ao ouvirmos-a, ela nos purifica. A Palavra, o verbo eterno, é Cristo, não é um texto. Por isso, ao escutarmos o Evangelho de hoje, nós meditamos profundamente sobre a realidade que vivemos […] e pensamos em nossa vida cristã”, disse durante a homilia. “Estamos vivendo intimamente com Cristo?”, perguntou.
Comentando sobre a passagem bíblica da Liturgia da Terça-Feira Santa, quando Jesus e os seus discípulos estavam à mesa, ele ainda destacou que o “alimento espiritual que nós tomamos na Eucaristia é para fortalecer a nossa vida de fé”.
Por fim, a partir da citação “Em verdade, em verdade, eu vos digo: um de vós me trairá”, o Pastor da Igreja Particular de Mariana afirmou que Nosso Senhor foi traído duas vezes: por Judas, que o entregou por 30 moedas, e por Pedro que o negou. “Todos nós, [por meio de pecado], podemos cometer esses mesmos erros”, lembrou.
Finalizada a Santa Missa, a procissão com a imagem de Nosso Senhor dos Passos e o Santo Lenho, conduzido por Dom Airton, saiu rumo à Praça Minas Gerais, onde foi proferido o Sermão do Encontro pelo Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto (MG), Padre Edmar José da Silva. Durante o trajeto, o Arcebispo Metropolitano parou nos Passos da Paixão.
Chegando na praça, centenas de fiéis acompanharam atentos o Sermão do Encontro que, como recordou Padre Edmar, mesmo não sendo narrado nas Sagradas Escrituras, é um dos momentos mais marcantes das celebrações da Semana Maior. “Apesar de não termos acesso aos detalhes a respeito desse singular encontro, podemos pressupor que não foi uma experiência fácil nem para Jesus e nem para sua amada mãe, Maria Santíssima. Possivelmente, dois sentimentos habitavam o coração de mãe e filho naquele momento: os sentimentos de dor e de amor”, disse.
Enfatizando que no caminho do Calvário que Jesus ofereceu à humanidade lições preciosas, Padre Edmar ressaltou que uma delas é sobre o amor, que significa doar a própria vida. Ainda em sua pregação, o sacerdote recordou as vítimas da Covid-19. “Pais que perderam seus filhos vitimados pelo maléfico vírus e que não tiveram, nem sequer, a oportunidade da última despedida afetuosa; profissionais da saúde que por amor à profissão e ao ser humano perderam sua vida para salvar a de tantos outros; pessoas que na solidariedade fraterna não mediram esforços para ajudar o próximo, arriscando até mesmo a própria vida. Esse amor, meus irmãos e irmãs, é caminho de santificação para todos nós”, afirmou.
Diante disso, dirigindo-se aos presentes, o presbítero ponderou para reflexão: “como está a minha capacidade de amar gratuita e generosamente”?. Além disso, em sua fala, ele também meditou sobre a necessidade de se viver em sociedade a Cultura do Encontro, como pede o Papa Francisco.
Ao término do sermão, as imagens de Nosso Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores seguiram pelas ruas do centro histórico de Mariana até a Praça da Sé, onde Dom Airton encerrou a programação do dia com a bênção do Santo Lenho.
O jovem Leonardo Francisco Ribeiro, que acompanhou as celebrações, comentou como foi. “Participar da procissão dos Passos é sempre muito significativo para mim e minha família, pois há gerações minha família foi responsável em zelar pelo andor e pela imagem. O mais antigo relato é da minha bisavó, que fazia flores para ornamentar o andor até sua morte, que acorreu em 1959. Este trabalho depois ficou a cargo de minha tia Guia e avó Raymunda. Com o passar o tempo, já não foi mais preciso, pois ficou a cargo da paróquia. Já faz um tempo que fico responsável em fazer a troca das roupas, zelar pela cabeleira e fazer doações para a imagem, caso seja necessário. Pelo carinho que temos com o Senhor dos Passos, sempre a emoção fala através das lágrimas quando esta bela imagem percorrer nossas históricas ruas de Mariana”, contou.
Fotos: Thalia Gonçalves/Dacom Arquidiocese de Mariana
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*Atualizado em 14/04/2022 às 16h44
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